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Casa Branca cria um portal para contestar órgãos de comunicação social

Após a estreia do portal, a Casa Branca pediu voluntários para submeterem exemplos de parcialidade mediática.

06 de dezembro de 2025 às 09:34

A Casa Branca de Donald Trump está a assumir o papel de crítico dos média e pede ajuda aos "americanos comuns", lançando um portal na internet para destacar os preconceitos de alguns meios de comunicação social.

Boston Globe, CBS News, The Independent e The Washington Post estão entre os primeiros "infratores dos média da semana".

Esta é a mais recente reviravolta na luta contra aquilo que Trump, no seu primeiro mandato, chamou de "notícias falsas".

O presidente republicano levou órgãos de comunicação como a CBS News e o The Wall Street Journal aos tribunais devido à sua cobertura, está a lutar contra a The Associated Press na justiça pelo acesso aos meios de comunicação e tomou medidas para desmantelar órgãos geridos pelo governo como a Voz da América.

Trump também tem feito ataques pessoais a jornalistas, como, no mês passado, dizendo "quieta, porquinha" a uma jornalista que lhe estava a fazer perguntas no Air Force One, ou chamando a uma repórter do The New York Times "feia, por dentro e por fora" e a uma outra jornalista da ABC News, declarando publicamente que ela era "uma repórter terrível".

"É sinceramente avassalador acompanhar tudo e termos de nos defender constantemente contra estas notícias falsas e estes ataques", disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt, que chamou ao novo portal na web uma tentativa de responsabilizar os jornalistas.

Após a estreia do portal, a Casa Branca pediu voluntários para submeterem os seus exemplos de parcialidade mediática.

"Os chamados 'jornalistas' tornaram impossível identificar todas as histórias falsas ou enganosas, razão pela qual a ajuda do povo americano é essencial", afirmou o gabinete de imprensa de Trump.

Apesar dos ataques, a Axios escreveu esta semana que os meios de comunicação social tradicionais estão a acabar o ano "mais dominantes do que nunca" ao captarem a atenção do Presidente e a definir a agenda de Washington, citando como exemplo a reportagem do The Washington Post sobre ataques militares a barcos com supostos traficantes de droga.

A ironia é que Trump interage com os jornalistas a um nível que não se via com nenhum outro presidente, disse o CEO da Axios, Jim VandeHHei, coautor de um relatório com Mike Allen.

"Ele está sempre a queixar-se dos média e da imprensa," disse VandeHei à agência de notícias Associated Press. Mas "ele devora estas coisas como batatas fritas quentes do McDonald's. É um consumidor em massa disto. Ele assiste, liga para jornalistas, recebe chamadas de jornalistas... Isso sempre foi a contradição dele", acrescentou.

A CBS, o Globe e o The Independent foram criticados relativamente a matérias sobre a reação de Trump aos deputados democratas que gravaram um vídeo lembrando aos militares que não eram obrigados a seguir ordens ilegais.

Trump acusou os legisladores de sedição "punível com a morte."

O portal também afirma que os meios de comunicação "insinuaram subversivamente" que o presidente tinha emitido ordens ilegais. Os artigos de notícias citados não diziam especificamente se Trump tinha ou não ordenado atividades ilegais.

A secretária de imprensa Karoline Leavitt tem sido fortemente crítica da matéria do Post sobre o Secretário da Defesa nos ataques a barcos usados por supostos traficantes de droga na América Central.

O portal esta semana acusou o jornal de tentar minar operações antiterroristas. "Vamos ser claros sobre o que está a acontecer aqui: a perseguição errada e intencional de jornalistas por parte de responsáveis do governo por exercerem um direito protegido constitucionalmente", disse o editor executivo do Post, Matt Murray.

"O Washington Post não será dissuadido e continuará a reportar de forma rigorosa e precisa ao serviço de toda a América", frisou.

O novo portal também contém um "Hall da Vergonha dos Infratores" de artigos que considera injustos e uma classificação dos meios de comunicação com mais peças que lhes são contestadas.

Vinte e três meios de comunicação estão representados, liderados por seis histórias do Post, CBS News, The New York Times e MS NOW, a rede anteriormente conhecida como MSNBC, tiveram cinco cada.

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