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China condena à morte 11 membros de rede criminosa ligada a fraudes e tráfico em Myanmar

Condenações dizem respeito a um total de 14 crimes, incluindo homicídio intencional, burla, posse ilegal de armas e organização de redes de prostituição.

29 de setembro de 2025 às 13:13

Um tribunal chinês condenou hoje à pena de morte 11 membros do chamado "grupo criminoso da família Ming", implicado em homicídios, burlas e tráfico de droga, com ligações à região fronteiriça de Kokang, no Myanmar (antiga Birmânia).

O tribunal da cidade oriental de Wenzhou emitiu ainda cinco penas de morte suspensas por dois anos, que costumam ser comutadas para prisão perpétua, onze sentenças de prisão perpétua e doze penas entre cinco e 24 anos de prisão, segundo o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.

As condenações dizem respeito a um total de 14 crimes, incluindo homicídio intencional, burla, posse ilegal de armas e organização de redes de prostituição. As sentenças incluem também coimas, confiscação de bens e, nalguns casos, expulsão do território chinês.

Segundo o tribunal, o grupo, articulado em torno de membros da chamada "família Ming", usou a sua influência e o controlo de forças armadas locais na região de Kokang, na Birmânia (Myanmar), para estabelecer centros operacionais em locais como Laukkai, a partir de 2015.

Estes centros serviram como base para operações de fraude eletrónica, jogos de azar ilegais, tráfico de droga e prostituição, dando proteção armada a investidores e patrocinadores envolvidos nas atividades.

A sentença indica que as burlas e atividades de jogo movimentaram mais de 10 mil milhões de yuan (1,2 mil milhões de euros). O tribunal deu ainda como provado que dez pessoas foram assassinadas e duas ficaram feridas por tentarem escapar ou resistir às ordens dos criminosos.

As redes de cibercrime proliferaram no Myanmar desde o golpe de Estado de 2021, que mergulhou o país numa profunda instabilidade e facilitou a expansão do crime organizado, especialmente nas zonas fronteiriças com a China.

Segundo um relatório da ONU, mais de 120 mil pessoas estão retidas em centros de cibercrime no Myanmar, forçadas a cometer burlas 'online' em condições de escravidão e sob extrema violência. No Camboja, estima-se que esse número ronde as 100 mil pessoas.

A China tem vindo a pressionar a junta militar do Myanmar a combater estas redes e realizou operações conjuntas que resultaram em centenas de extradições de suspeitos para território chinês.

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