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China confirma suspensão de um ano às restrições sobre terras raras e outros materiais estratégicos

Medidas em causa tinham sido adotadas a 9 de outubro, no contexto da guerra comercial entre o país e os EUA.

30 de outubro de 2025 às 08:15

A China anunciou esta quinta-feira a suspensão, por um ano, das restrições às exportações de terras raras e outros materiais estratégicos, no seguimento de consensos alcançados com os Estados Unidos.

As medidas em causa tinham sido adotadas a 09 de outubro, no contexto da guerra comercial entre os dois países, e abrangiam um grupo de minerais essenciais para indústrias como a eletrónica, defesa ou veículos elétricos, cujo processamento global é dominado pela China.

Em resposta a esses entraves, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçara aplicar um novo imposto de 100% sobre os produtos chineses a partir de 01 de novembro, pressão que acabou por ser retirada após a cimeira com Xi Jinping.

"A China suspenderá durante um ano a aplicação das medidas de controlo às exportações em causa, anunciadas a 09 de outubro, e irá estudar e aperfeiçoar planos específicos", anunciou o Ministério do Comércio, em comunicado.

Trump declarou esta quinta-feira, após os encontros com o homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, que foi alcançado um acordo para a suspensão, por parte de Pequim, das restrições à exportação de terras raras -- materiais cruciais para a indústria mundial.

Estas medidas tinham provocado a indignação de Trump, reações firmes da parte da União Europeia e preocupação entre os atores económicos globais que dependem fortemente do fornecimento chinês de terras raras.

Um entendimento sobre este ponto foi alcançado durante as conversações preparatórias entre negociadores norte-americanos e chineses, realizadas há alguns dias na Malásia, confirmou também o Ministério do Comércio chinês.

A China é o maior produtor mundial de terras raras, elementos essenciais para setores como o digital, a indústria automóvel, a energia e a defesa. Estas matérias-primas tornaram-se uma das principais frentes da atual confrontação comercial com os Estados Unidos e também motivo de fricção com Bruxelas.

Donald Trump e Xi Jinping concluíram esta quinta-feira uma reunião bilateral de cerca de duas horas numa base aérea em Busan, no sul da Coreia do Sul, marcada por promessas de cooperação, gestos de distensão na guerra comercial e um acordo para novo encontro em 2026.

Trump anunciou que, na sequência da reunião, reduzirá de 20% para 10% as tarifas que impôs este ano à China em resposta ao seu papel no tráfico de fentanil.

"Tivemos uma reunião incrível", declarou o republicano, a bordo do Air Force One, já no regresso a Washington. "Acredito que vão ajudar-nos com o fentanil", disse, referindo-se a compromissos assumidos por Pequim.

Ainda segundo Trump, foi alcançado um acordo para que a China retome a compra de soja norte-americana, suspensa desde maio no contexto da guerra comercial entre os dois países.

A questão tem particular peso político para Trump, que conta com forte apoio no eleitorado rural dos EUA.

O líder norte-americano adiantou ainda que voltará a reunir-se com Xi Jinping em abril de 2026, desta vez em território chinês.

A reunião decorreu numa base militar adjacente ao aeroporto internacional de Busan e contou com a presença de vários altos responsáveis norte-americanos, entre os quais o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o representante comercial Jamieson Greer e o embaixador dos EUA em Pequim, David Perdue.

Trump e Xi saíram juntos do edifício onde decorreram as conversações, trocaram palavras à porta e despediram-se com um aperto de mão. Xi foi o primeiro a abandonar o local.

O encontro entre os dois líderes decorreu à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que começa oficialmente esta sexta-feira em Gyeongju, a cerca de 76 quilómetros de Busan.

Xi permanecerá na Coreia do Sul para participar no evento, enquanto Trump regressa já esta quinta-feira a Washington.

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