Chefes de Estado estiveram reunidos na Coreia do Sul, num encontro que se espera possa pôr fim à guerra comercial entre os dois países.
O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quinta-feira, após reunir-se com o homólogo chinês, Xi Jinping, que reduzirá de 20% para 10% as tarifas sobre a China impostas devido ao fentanil, prometendo cooperação bilateral em vários domínios.
Os dois chefes de Estado concluíram durante a madrugada portuguesa uma reunião bilateral de cerca de duas horas numa base aérea em Busan, no sul da Coreia do Sul, marcada por promessas de cooperação, gestos de distensão na guerra comercial e um acordo para novo encontro em 2026.
À saída da reunião, Trump afirmou que Washington e Pequim "vão trabalhar juntos" para pôr fim à guerra na Ucrânia. O líder norte-americano revelou ainda que não abordou a questão de Taiwan durante a conversa com Xi. "Não foi discutido", disse, cumprindo o que já havia antecipado na véspera, quando indicou que só abordaria o tema se fosse Xi a fazê-lo.
Trump anunciou que, na sequência da reunião, reduzirá de 20% para 10% as tarifas que impôs este ano à China em resposta ao seu papel no tráfico de fentanil. "Tivemos uma reunião incrível", declarou o republicano, a bordo do Air Force One, já no regresso a Washington. "Acredito que vão ajudar-nos com o fentanil", disse, referindo-se a compromissos assumidos por Pequim.
Ainda segundo Trump, foi alcançado um acordo para que a China retome a compra de soja norte-americana, suspensa desde maio no contexto da guerra comercial entre os dois países. A questão tem particular peso político para Trump, que conta com forte apoio no eleitorado rural dos EUA.
O líder norte-americano adiantou que voltará a reunir-se com Xi Jinping em abril de 2026, desta vez em território chinês.
Xi diz ter chegado a consensos com Trump e apela a conclusão célere
Também o presidente chinês afirmou ter alcançado consensos durante o encontro com o homólogo norte-americano. Xi Jinping apelou à "finalização tão breve quanto possível" dos resultados das negociações.
"As equipas económicas e comerciais da China e dos Estados Unidos mantiveram discussões aprofundadas e alcançaram consensos sobre soluções para os problemas", declarou Xi, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. "As duas equipas devem agora aperfeiçoar e concluir os trabalhos de seguimento o mais rapidamente possível (...) e apresentar resultados concretos, de modo a tranquilizar as economias da China, dos Estados Unidos e do mundo", acrescentou.
A reunião decorreu numa base militar adjacente ao aeroporto internacional de Busan e contou com a presença de vários altos responsáveis norte-americanos, entre os quais o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o representante comercial Jamieson Greer e o embaixador dos EUA em Pequim, David Perdue.
Trump e Xi saíram juntos do edifício onde decorreram as conversações, trocaram palavras à porta e despediram-se com um aperto de mão. Xi foi o primeiro a abandonar o local.
Na declaração inicial, Trump saudou o que classificou como um reencontro com "um amigo" e sublinhou que ambos tinham já concordado "com muitas coisas". Xi Jinping disse que "é normal que as duas principais economias do mundo tenham fricções de tempos a tempos", mas que China e os Estados Unidos "são plenamente capazes de prosperar juntas".
O presidente norte-americano declarou também que "já não há mais restrições às terras raras", referindo-se às medidas impostas por Pequim como retaliação às tarifas norte-americanas. A China é o principal fornecedor mundial destes metais essenciais para as indústrias tecnológica, militar e energética.
O encontro entre os dois líderes decorreu à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que começa oficialmente esta sexta-feira em Gyeongju, a cerca de 76 quilómetros de Busan.
Xi permanecerá na Coreia do Sul para participar no evento, enquanto Trump regressa já esta quinta-feira a Washington.
Apesar do tom cordial da cimeira e de sinais de aproximação em áreas específicas, analistas alertam que as divergências estruturais entre Washington e Pequim se mantêm, sobretudo no que toca ao controlo de tecnologias sensíveis, à geopolítica da Ásia-Pacífico e à rivalidade pelo domínio económico global.
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