Desde o início das disputas comerciais entre Washington e Pequim, a bolsa de Xangai caiu mais de 20%.
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A China anunciou que vai reduzir o dinheiro de reserva dos bancos comerciais, permitindo libertar 110.000 milhões de dólares norte-americanos em crédito, e atenuar o impacto da guerra comercial com Washington.
O Banco do Povo Chinês (banco central) indicou, no domingo, que vai cortar o coeficiente de reservas obrigatórias em 1%, a partir de 15 de outubro, para garantir um "crescimento razoável do crédito" e impulsionar o desenvolvimento económico.
Analistas consideraram que a decisão constitui um sinal de crescente preocupação de Pequim em relação ao impacto na economia doméstica das disputas comerciais com os Estados Unidos.
"Este é um sinal de flexibilização da política monetária que visa contrariar [os efeitos] da guerra comercial EUA/China, e mostra a determinação de Pequim em manter o ritmo de crescimento [económico]", afirmou, em comunicado, Liao Qun, chefe economista do China Citic Bank.
O investigador da Academia Chinesa de Ciências Sociais Zhang Ming considerou, em comunicado, que a medida do banco central é uma resposta de Pequim à desaceleração económica, relativamente às disputas comerciais.
"O aprofundamento das disputas comerciais com os EUA vai reduzir o peso do comércio externo no crescimento", considerou.
Vários indicadores económicos apontam para uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia chinesa.
Em setembro, a atividade da indústria manufatureira da China caiu para o nível mais baixo desde fevereiro, perante a queda das encomendas para exportação e da produção e inventário.
No turismo, os gastos nos primeiros quatro dias da 'semana dourada' [semana de férias que assinala o aniversário da fundação da República Popular da China, a 01 de outubro] aumentaram 8,1%, em termos homólogos, depois de, no ano passado, terem crescido 21%, segundo dados oficiais.
E desde o início das disputas comerciais entre Washington e Pequim, a bolsa de Xangai caiu mais de 20%.
A redução nas taxas de reserva obrigatórias, pela quarta vez este ano, contrasta também com a política monetária dos EUA.
No final de setembro, a Reserva Federal (Fed) norte-americana subiu as taxas de juro em 25 pontos base, no terceiro aumento desde o início do ano, para o nível mais alto da última década.
O economista do banco francês Natixis, em Hong Kong, Xu Jianwei afirmou que o Governo chinês não tem outra opção a não ser adotar uma política monetária diferente dos EUA.
"Numa guerra comercial, a economia chinesa vai enfrentar mais dificuldades, face à menor confiança dos investidores (...) a China tem que injetar mais liquidez [na economia]", afirmou.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares (217 mil milhões de euros) de importações oriundas do país asiático. Pequim retaliou com taxas sobre bens norte-americanos.
Em causa está a política de Pequim para o setor tecnológico, nomeadamente o plano "Made in China 2025", que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
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