Quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, condenou este domingo o golpe de Estado falhado que ocorreu na sexta-feira em São Tomé e Príncipe, mostrando "profunda preocupação" pela tentativa de quebra constitucional.
"O presidente da Comissão condena, nos termos mais enérgicos, esta tentativa de golpe de Estado, que constitui um ataque inaceitável às instituições da República de São Tomé e Príncipe", escreveu Musa Faki Mahamat na página da União Africana, citado pela agência espanhola de notícias Efe, acrescentando que o ataque ao quartel constitui "uma grave violação das disposições das leis para a democracia, eleições e governação da União Africana".
Na madrugada de sexta-feira, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões, e em que fizeram refém o oficial de dia, que ficou ferido com gravidade devido a agressões.
O ataque foi neutralizado pelas 06h00 locais (mesma hora em Lisboa) de sexta-feira, com a detenção dos quatro assaltantes e de alguns militares suspeitos de envolvimento na ação. Foram também detidos pelos militares o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves (que concluiu o mandato no início deste mês) e Arlécio Costa, antigo oficial do 'batalhão Búfalo' que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas são-tomense, Olindo Paquete, disse este domingo que os três atacantes do quartel morreram após uma explosão e que Arlécio Costa morreu porque "saltou da viatura", mas garantiu uma investigação às alegadas agressões aos detidos.
No sábado, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) alertou para uma tendência ditatorial no pequeno arquipélago lusófono: "Perante as evidências dos atos de 25 de novembro e as ações subsequentes, o MLSTP/PSD alerta a população e a comunidade internacional sobre a tendência para a instalação de um governo ditatorial com objetivo de amordaçar a democracia e intimidar os opositores através da instalação do terror, medo e perseguição", disse o deputado e membro da comissão política do MLSTP-PSD, Raul Cardoso.
Numa declaração lida no sábado à tarde aos jornalistas, no final da reunião da direção, o porta-voz da comissão política reiterou que o MLSTP/PSD "condena todos os atos de violência contra os cidadãos e instituições do Estado" e acrescentou que condena "veementemente a forma bárbara como cidadãos visivelmente amarrados e neutralizados foram violentamente torturados e executados no recinto do quartel-general".
Antes, já o Governo tinha reunido de forma extraordinária para garantir uma investigação a todas as mortes e condenar o ataque.
"O Conselho de Ministros informa que, conforme a lei, todos os inquéritos serão diligenciados para apurar as causas e circunstâncias das mortes, para além das investigações levadas a cabo para esclarecer os acontecimentos e responsabilizar todos aqueles que poderão neles estar envolvidos", lê-se no comunicado divulgado após a primeira reunião extraordinária do novo Governo liderado por Patrice Trovoada.
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