Primeira declaração pública do chefe do gabinete político dos rebeldes no Qatar após conquista do país.
O mullah Baradar Akhund, chefe do gabinete político dos rebeldes no Qatar, anunciou o fim da guerra no Afeganistão, com a vitória dos insurgentes, após a fuga no domingo do Presidente Ashraf Ghani e a captura de Cabul.
"Conseguimos uma vitória que não era esperada (...), devemos mostrar humildade perante Alá", disse o antigo número dois do movimento rebelde, numa mensagem de vídeo, citado pela agência Efe, na que é a primeira declaração pública de um líder talibã após a conquista do país.
"Trata-se agora de como servimos e protegemos o nosso povo, e como asseguramos o seu futuro, para lhe proporcionarmos uma boa vida da melhor forma possível", acrescentou.
No primeiro dia no Afeganistão sob controlo talibã desde a invasão dos Estados Unidos, em 2001, a segurança na capital afegã e na maior parte do país amanheceu nas mãos dos insurgentes, que patrulham as ruas e controlam a circulação.
Os talibãs tomaram o controlo de Cabul no domingo, depois de terem entrado na capital sem encontrar resistência, com quase todas as províncias debaixo do seu domínio.
"O Emirado Islâmico [como os Talibãs se autodenominam] deu ordens aos seus mujahideen e mais uma vez reitera que ninguém pode entrar em casa de ninguém sem autorização. A vida, a propriedade e a honra não serão prejudicadas", escreveu na rede social ‘Twitter’ o porta-voz talibã, Suhail Saheen.
Os meios de comunicação locais relataram imagens dramáticas de milhares de pessoas no aeroporto de Cabul tentando fugir do país, apesar do cancelamento da maioria dos voos comerciais e das restrições.
A Embaixada dos EUA em Cabul reiterou hoje o aviso aos seus cidadãos e às pessoas que aguardam o repatriamento para se manterem afastadas do aeroporto, devido à insegurança, até serem chamadas para embarcarem.
A chegada dos talibãs a Cabul precipitou a saída do país de Ashraf Ghani, após terem tomado o controlo de 28 das 34 capitais provinciais em 10 dias, e sem grande resistência das forças de segurança governamentais, no âmbito de uma grande ofensiva iniciada em maio – altura em que começou a retirada das tropas norte-americanas e da NATO do país, que deverá ficar concluída no final deste mês.
Com a partida de Ghani, um grupo de líderes políticos formou o Conselho de Coordenação para a transição de poder para os talibãs, composto pelo ex-presidente afegão Hamid Karzai, o presidente do Alto Conselho para a Reconciliação, Abdullah Abdullah, e o líder do partido Hizb-e-Islami e antigo senhor da guerra, Gulbuddin Hekmatyar.
No entanto, os insurgentes não deram até agora informações sobre como funcionará o processo de transição ou a tomada do poder.
O exército norte-americano anunciou hoje que assumiu o controlo do tráfego aéreo no aeroporto, "para permitir a partida segura do pessoal norte-americano e aliado no Afeganistão em voos civis e militares".
De acordo com a agência de notícias France-Presse, as forças norte-americanas dispararam para o ar no aeroporto de Cabul, depois de milhares de afegãos terem invadido a pista, procurando fugir do país, após a tomada de poder pelos talibãs.
O Pentágono estima em 30.000 o número total de pessoas a retirar do país, entre diplomatas e outros cidadãos norte-americanos ou afegãos que ajudaram os Estados Unidos e temem agora pela vida.
Um porta-voz do movimento islâmico radical, que governou no Afeganistão entre 1996 e 2001, disse à televisão pública britânica BBC que os talibãs pretendem assumir o poder no Afeganistão "nos próximos dias", através de uma "transição pacífica", 20 anos após terem sido derrubados por uma coligação liderada pelos Estados Unidos, pela sua recusa em entregar o líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, após os atentados de 11 de setembro de 2001.
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