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Conselheiro do presidente turco diz que corpo de Khashoggi foi desmembrado para facilitar dissolução

Jornalista foi morto há um mês no consulado do seu país em Istambul.

02 de novembro de 2018 às 10:46

O corpo do jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto há um mês no consulado do seu país em Istambul, foi desmembrado para ser mais fácil dissolver o corpo, disse esta sexta-feira um conselheiro do presidente turco, citado pelo jornal Hürriyet.

"Constatamos nesta fase que, não contentes em o terem desmembrado, livraram-se do corpo, dissolvendo-o", afirmou Yasin Aktay, conselheiro de Recep Tayyip Erdogan no AKP, o partido no poder na Turquia.

"De acordo com as informações mais recentes de que dispomos, o motivo para o desmembramento do corpo foi para o dissolver mais facilmente", acrescentou.

O jornalista Jamal Khashoggi, colunista do jornal norte-americano Washington Post, foi morto a 02 de outubro no consulado saudita em Istambul, onde se deslocou para tratar de documentos.

Depois de ter dito que Khashoggi saiu do consulado ileso e, posteriormente, que morreu na sequência de uma luta, as autoridades da Arábia Saudita acabaram por reconhecer que o jornalista foi assassinado "numa operação não autorizada" e detiveram 18 suspeitos de envolvimento no caso.

Na quarta-feira, o Ministério Público turco indicou, em comunicado, que Jamal Khashoggi foi estrangulado logo após ter entrado no consulado e que o seu corpo foi depois desmembrado.

No comunicado, a Procuradoria Geral de Istambul referiu igualmente que a visita à Turquia do procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb, no âmbito do inquérito "não deu resultados concretos".

Saud al-Mojeb esteve três dias a Istambul, durante os quais visitou o consulado do seu país e reuniu-se com o procurador turco encarregado da investigação, Irfan Fidan, e outros responsáveis.

Esta foi a primeira confirmação pública feita por um responsável turco de que Khashoggi foi estrangulado e desmembrado depois de ter entrado no consulado saudita.

A Turquia quer que os 18 suspeitos do assassínio detidos na Arábia Saudita sejam extraditados para os julgar e tem pressionado Riade a divulgar informação sobre o local onde se encontra o corpo do jornalista.

Crítico da família real saudita, Khashoggi vivia exilado nos Estados Unidos.

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