"Ataque mancha o tom celebrativo das liberdades fundamentais", denunciou o presidente do CSCS Tomás Vieira Mário.
O presidente do Conselho Superior da Comunicação Social (CSCS) de Moçambique considerou esta quinta-feira que o alegado ataque ao semanário Canal de Moçambique "é um sinal grave" contra as liberdades fundamentais no país.
"O ataque ao Canal de Moçambique é um sinal grave que mancha o tom celebrativo das liberdades fundamentais", disse Tomás Vieira Mário, em declarações aos jornalistas.
O presidente do CSCS falava à margem do lançamento das celebrações dos 30 anos de democracia multipartidária em Moçambique.
As instalações onde funcionam o Canal de Moçambique e o jornal 'online' Canal Moz ficaram destruídas no domingo, na sequência de um incêndio que a direção do semanário atribui a fogo posto.
Para o presidente do CSCS, um ataque a um órgão de comunicação social é contra "todo um sistema democrático", porque a imprensa é um dos seus pilares. "Sem ela [imprensa] ninguém pode falar livremente, e se ninguém poder falar livremente não há democracia", disse, acrescentando ser um ato "inadmissível".
O ataque, continuou, indica que "alguém perdeu a batalha das ideias, do debate e se sente vencido e recorre à barbárie", acrescentou. "Isso é sinal de que a imprensa está num bom caminho, está a dar luta forte, porque em democracia o que conta é o debate de ideias".
Por seu turno, Lutero Simango, chefe da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro principal partido no país, classificou como "terrorista" o incêndio que aconteceu na redação do semanário.
"O ataque ao jornal Canal de Moçambique é um ato terrorista que visa intimidar não só o Canal de Moçambique", disse, acrescentando que se trata de "uma ameaça à liberdade de imprensa".
"Qualquer ato que visa silenciar as vozes e o direito à informação, temos de considerar como um ato que viola a Constituição da República", afirmou.
Segundo a direção do jornal, desconhecidos atearam fogo à redação do jornal na noite de domingo, tendo sido encontrados bidões no interior da redação, um dos quais ainda com um pouco de combustível.
Os autores do incêndio terão introduzido os bidões de combustível no interior das instalações do jornal, depois de arrombarem a porta frontal da casa.
Várias entidades nacionais e internacionais já condenaram o incêndio à redação do Canal de Moçambique.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, também condenou o acontecimento e exigiu que os autores sejam levados à justiça.
O Canal de Moçambique é um dos principais semanários do país e tem-se destacado por trabalhar em matérias como corrupção e governação.
O jornal já foi várias vezes alvo de processos judiciais por alegada calúnia e o seu editor-executivo, Matias Guente, foi recentemente intimado pela Procuradoria-Geral da República para responder a perguntas sobre textos que o semanário escreveu envolvendo contratos na área de segurança entre o Governo e as multinacionais petrolíferas que operam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
A polícia moçambicana ainda não se pronunciou sobre o caso.
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