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Cruz Vermelha Internacional vai dispensar 2.900 trabalhadores até próximo ano

Redução do número de trabalhadores tem sido anunciada por várias agências de ajuda humanitária.

21 de novembro de 2025 às 14:34

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que emprega cerca de 18 mil pessoas, vai eliminar 2.900 postos de trabalho até 2026, já que o seu orçamento diminuirá 17%, anunciou esta sexta-feira a organização.

Estes cortes, que deixarão o orçamento em 1,9 mil milhões de euros, são uma resposta à redução das contribuições dos doadores, apesar do contexto de aumento de crises, com mais de 130 conflitos ativos em todo o mundo, afirmou o CICV, em comunicado esta sexta-feira divulgado.

"A realidade financeira está a obrigar-nos a tomar decisões difíceis para garantir que podemos continuar a prestar assistência humanitária essencial a quem mais precisa", afirmou a presidente da organização, Mirjana Spoljaric, citada no comunicado.

A responsável do CICV, organização fundada em 1863 e especializada em ajuda humanitária em conflitos, insistiu que existe atualmente "uma perigosa convergência entre a escalada de conflitos armados, cortes significativos na ajuda e uma intolerância sistémica às violações do direito internacional".

No entanto, "o CICV continua empenhado em intervir nas linhas da frente dos conflitos, onde poucas outras organizações podem operar", como o Sudão, Israel e Palestina, Ucrânia e República Democrática do Congo, garantiu a presidente.

O CICV, que já tinha anunciado reduções de pessoal em anos anteriores, esclareceu que alguns dos cortes serão feitos através de despedimentos voluntários e pelo não preenchimento de vagas.

A redução do número de trabalhadores tem sido anunciada por várias agências de ajuda humanitária.

Na quarta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) avançou com a necessidade de eliminar quase 1.300 postos de trabalho por causa da saída dos Estados Unidos e dos cortes das contribuições de outros países, que, em conjunto, criaram um défice de 500 milhões de dólares (432 milhões de euros) na agência.

Os Estados Unidos reduziram, este ano, o financiamento às organizações para ajuda humanitária ao cortar o investimento na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), alegando fraude e mau uso de recursos.

A posição dos EUA levou vários outros países a seguir a tendência e diminuir os investimentos.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, referiu que mais de 80% dos programas da USAID foram cancelados.

De acordo com um estudo da revista científica The Lancet publicado em julho, a decisão dos EUA deverá resultar em mais de 14 milhões de mortes prematuras até 2030.

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