Opositora ao regime venezuelano de Maduro, atualmente na clandestinidade, conquistou o Prémio Nobel da Paz, o galardão que o Presidente norte-americano se achava merecedor.
De pouco valeu a luta de Donald Trump para conquistar o Nobel da Paz, que travou praticamente desde o início do seu mandato, chegando mesmo a afirmar que “seria um grande insulto” para os Estados Unidos se o galardão não lhe fosse atribuído. Mas não foi. Nem o contributo decisivo para o acordo de paz em Gaza, ao cabo de dois anos de guerra, com milhares de mortos e feridos, foi suficiente para conquistar o comité norueguês, formado por cinco pessoas, que atribui o prémio. Perdeu para a ‘dama de ferro’ venezuelana, Corina Machado, uma das principais vozes contra o regime de Nicolás Maduro, “pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. “Enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela, María Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”, acrescenta o comité do Nobel.
Filha de um importante empresário do setor siderúrgico venezuelano e de uma psicóloga, Corina Machado, a mais velha de quatro irmãs, nasceu em Caracas, a 7 de outubro de 1967. Formada em Engenharia Industrial, trabalhou no setor privado antes de enveredar pela carreira política, tendo sido deputada do Parlamento venezuelano entre 2011 e 2014. Liderou movimentos de contestação a Nicolás Maduro e, em 2023, venceu as eleições primárias no país, pela Plataforma Unitária, mas foi impedida de se candidatar às presidenciais de junho de 2024 pelo Supre- mo Tribunal de Justiça, onde era favorita. Também não pode ocupar cargos públicos durante 15 anos. Perseguida pelas autoridades venezuelanas, vive atualmente na clandestinidade, alegadamente no seu país, onde recebeu “em choque” a notícia do Nobel da Paz: “O que é isto? Não acredito!”
E também
Casa branca reação
“O Presidente Trump continuará a fazer acordos de paz, a acabar com guerras e a salvar vidas. Tem o coração de um humanitário, e nunca haverá ninguém como ele, que possa mover montanhas com a força de sua vontade”, escreveu o porta-voz da Casa Branca, Steven Cheung. “O comité provou que coloca a política à frente da paz.”
Governo felicita
“A coragem e a audácia de Corina Machado são o fermento da paz - de uma paz justa e democrática”, afirmou Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros.
Prémio trumpista
O secretário-geral do PCP criticou a atribuição do Prémio Nobel da Paz à opositora venezuelana María Corina Machado, considerando que “não deram o Nobel a Trump, deram a uma ‘trumpista’”. “Não há muito mais a dizer sobre isso”, disse.
Origem e paixão por Portugal
A vencedora do Prémio Nobel da Paz tem antepassados portugueses e paixão pelo nosso país. “Machado vem de uma família de Portugal, há várias gerações na Venezuela, e que se radicou em Ciudad Bolívar, no estado de Bolívar, no Sul da Venezuela”, explicou à agência Lusa, em julho de 2024. “A comunidade portuguesa [na Venezuela] é enorme. Tenho muitos amigos entre os portugueses”, confessou Corina, acrescentando que se sente muito honrada cada vez que a convidam à tertúlia da Academia do Bacalhau. Elogiou ainda a união dos luso-venezuelanos e a sua dedicação ao país de acolhimento.
Corina Machado foi casada com o empresário Ricardo Sosa Branger, entre 1990 a 2001. Dessa relação nasceram três filhos, Ana, Ricardo e Henrique. Vivem fora da Venezuela, por questões de segurança. “Tirei meus filhos daqui anos atrás, porque comecei a receber ameaças de morte”, justificou Corina Machado, em entrevista à revista brasileira ‘Veja’, em 2024. Há cerca de uma década que mantém uma relação discreta com o advogado Gerardo Fernández.
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