"É muito provável que a percentagem de pessoas com Alzheimer aumente nos próximos anos", revela Sonia Villapol.
A longo prazo, os efeitos da Covid-19 serão mais preocupantes a nível neurológico. A conclusão é de Sonia Villapol, uma investigadora galega de 43 anos que trabalha no Texas Medical Center em Houston.Sonia menciona ainda a fadiga crónica, anosmia, distúrbios de atenção ou perda de memória como efeitos da doença a longo prazo. "É muito provável que a percentagem de pessoas com Alzheimer aumente nos próximos anos", revela ainda acrescentando que o "agravamento de doenças neurodegenerativas pré-existentes após sofrer de Covid é um fato comprovado".
A investigadora principal desse centro médico, e professora do Center for Neurorregeneration do Methodist Hospital Research Institute, faz parte da equipa de investigação da Covid-19 há um ano e tem vindo a observar os efeitos do vírus na cabeça.
Desde o início que os investigadores perceberam que o vírus afetaria o nosso cérebro dada a via de entrada nas células. "A via de entrada do vírus nas células são os receptores de angiotensina. Esses receptores para a enzima conversora de angiotensina II (ACE2) são a via de ancoragem do vírus, então desde o início que sabíamos que isso afetaria neurologicamente".
Estes receptores, explica a investigadora em entrevista ao El País, pertencem ao sistema mais importante do nosso corpo que regula a nossa pressão arterial. "Existem estes receptores [ACE2] em todo o nosso corpo. Em todos os órgãos em maior ou menor proporção: pulmões, intestinos, coração, cérebro. E naturalmente também nos neurónios", esclarece.
Sobre o processo de investigação, Sonia afirma que a doença pode afetar a nossa flora intestinal e, através disso, pode tentar prever que doenças se desenvolverão a longo prazo. "Descobrimos que covid-19 desempenha um papel muito importante porque há alterações na microbiota [a nossa flora intestinal] associadas à inflamação no início da doença. Dependendo da diversidade da sua microbiota, você é mais saudável ou não. Está altamente associada a doenças, incluindo doenças do sistema nervoso. A Covid tem uma fase muito inflamatória que faz com que a microbiota mude e, dependendo das bactérias que sobrevivem e das que não sobrevivem, podemos mais ou menos prever como a doença se desenvolverá".
A investigadora galega aponta que o vírus é "uma bomba" a nível agudo. Um recuperado da Covid-19 pode, no futuro, vir a desenvolver uma "tempestade de citocinas", uma resposta inflamatória que depende de cada pessoa e que pode ser brutal. "No cérebro, causa danos à camada que protege os neurónios. Não se sabe por que há tanta variabilidade e suscetibilidade em diferentes pessoas em resposta ao vírus e a gravidade da covid. Um dos artigos que acabei de publicar com pesquisadores da Suécia, Nova York, México, Boston e Atlanta lista mais de cinquenta efeitos de longo prazo da Covid persistente, meses após a recuperação da doença em sua fase aguda", descreve.
Sonia menciona ainda a fadiga crónica, anosmia, distúrbios de atenção ou perda de memória como efeitos da doença a longo prazo. "É muito provável que a percentagem de pessoas com Alzheimer aumente nos próximos anos", revela ainda acrescentando que o "agravamento de doenças neurodegenerativas pré-existentes após sofrer de Covid é um fato comprovado".
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