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Decisão de Trump inflama Médio Oriente

Presidente dos EUA informou líder palestiniano da intenção de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

06 de dezembro de 2017 às 08:38

Donald Trump informou esta terça-feira o presidente palestiniano Mahmoud Abbas e outros líderes regionais de que tenciona reconhecer a cidade de Jerusalém como capital de Israel e transferir para lá a embaixada norte-americana, numa decisão que poderá enterrar de vez o processo de paz para o Médio Oriente e causar uma explosão de violência no mundo muçulmano.

A decisão de Trump, que poderá ser anunciada já hoje, acaba com a posição oficial norte-americana vigente há décadas de que o estatuto final de Jerusalém deve ser decidido nas negociações entre israelitas e palestinianos, que pretendem fazer da parte oriental da cidade a capital do seu futuro Estado. A comunidade internacional e as Nações Unidas, recorde-se, não reconhecem Jerusalém como capital de Israel e têm as suas embaixadas em Telavive.

Mesmo que Trump decida adiar por mais seis meses a transferência da embaixada para Jerusalém, como se especulava ontem em Washington, a decisão de reconhecer a cidade como capital de Israel irá provocar uma forte repercussão na região, não sendo de descartar a possibilidade de eclosão de protestos violentos. "Trump está a brincar com o fogo", avisou Daniel Benjamin, antigo responsável de contraterrorismo da Casa Branca.

O presidente turco Tayyip Erdogan avisou, por seu lado, que Jerusalém é uma "linha vermelha" para todos os muçulmanos e ameaçou cortar relações diplomáticas com Israel se os EUA avançarem com a medida.

Além de Mahmoud Abbas, Trump já comunicou a sua decisão ao rei Abdullah da Jordânia e ao presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi. Todos foram unânimes em alertar para as "consequências perigosas" da medida, tendo o líder palestiniano apelado ao Papa Francisco, ao monarca jordano e aos presidentes da Rússia e da França para tentarem dissuadir Trump.

SAIBA MAIS 

1967

Israel capturou Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexou-a em 1980, declarando a cidade unificada como sua "capital eterna e indivisível". A medida nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.

Sagrada para três religiões

Jerusalém é uma cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, cabendo à Jordânia a custódia dos locais sagrados muçulmanos, incluindo a Mesquita de al-Aqsa - terceiro local mais importante do Islão - e a Cúpula do Rochedo.

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