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Deputado procurado tranca-se no parlamento do Brasil e diz que vai morar lá para fugir à polícia

No ano passado, Daniel Silveira ficou preso durante vários meses após ameaçar que mataria a tiros ou com as próprias mãos alguns juízes do Supremo Tribunal.

30 de março de 2022 às 19:41

Numa nova situação caricata das muitas que tem protagonizado, o deputado federal brasileiro Daniel Silveira, um ultraradical de direita aliado do presidente Jair Bolsonaro, passou a noite de terça para esta quarta-feira trancado no seu gabinete no Congresso e diz que vai morar lá para não ter de cumprir a ordem do Supremo Tribunal Federal para usar pulseira eletrónica.

Ao início da tarde desta quarta-feira, Silveira continuava trancado no gabinete, cercado por assessores e outros deputados aliados de Jair Bolsonaro, que lhe levaram água, comida e uma almofada, enquanto pastores evangélicos faziam orações e uma corrente para o proteger.

O parlamentar, um ex-polícia que ameaça bater ou dar tiros em todos que ousam enfrentá-lo, incluindo os juízes do Supremo Tribunal, acredita que, trancado no gabinete, evitará que a Polícia Federal, a quem a ordem foi dada, o detenha e lhe coloque a pulseira eletrónica, com a qual a justiça poderá seguir os seus passos. Mas o magistrado que determinou a medida cautelar, Alexandre de Moraes, já transmitiu à polícia que, se for necessário, pode invadir o Congresso Nacional e o gabinete do deputado para lhe colocar a pulseira eletrónica à força.

No ano passado, Daniel Silveira ficou preso durante vários meses após ameaçar que mataria a tiros ou com as próprias mãos alguns juízes do Supremo Tribunal, entre eles Alexandre de Moraes. Colocado em liberdade, foi no entanto proibido de participar em actos políticos, mas não obedeceu e, para além disso, voltou a divulgar vídeos que atacavam o tribunal e instavam a população a desencadear ataques contra magistrados.

Depois disso, a sub-Procuradora-Geral da República, Lindora Araújo, solicitou ao Supremo Tribunal que Daniel Silveira voltasse a usar a pulseira eletrónica, o que, no entanto, não garante que ele cumpra as limitações de mobilidade. No ano passado, quando cumpria prisão domiciliária e usava a pulseira eletrónica, o deputado chegou a tirar o equipamento, deixou-o em casa, para parecer que estava lá, e saiu, ao saltar o muro para a casa do vizinho.

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