Socorrista deixa mensagem sobre o caixão de menina que deu a vida para salvar a irmã mais nova.
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Trinta e cinco vítimas do sismo da passada quarta-feira em Itália foram ontem a sepultar, no dia em que o país parou para lembrar as quase 300 pessoas que perderam a vida na tragédia.
Entre os 35 caixões alinhados no pavilhão desportivo de Ascoli Piceno destacavam-se dois pequenos caixões brancos. Um era de Marisol, a bebé de 18 meses que morreu em Arquata del Tronto. Era filha de uma mulher que sobreviveu ao terramoto de Áquila em 2009, e que se mudou para a localidade por julgar que ali estaria mais segura. O outro era de Giulia, a menina de 9 anos que deu a vida para salvar a irmã mais nova, Giorgia, que ontem fez quatro anos. Os bombeiros encontraram-na debaixo do corpo sem vida da irmã nos escombros da casa da família em Amatrice, a cidade mais devastada pelo sismo, onde morreram 230 das 291 vítimas confirmadas até ao momento.
Em cima do caixão de Giulia, um dos bombeiros que participaram no resgate deixou uma mensagem escrita à mão. "Desculpa não termos chegado a tempo. Quero que saibas que fizemos tudo para te salvar", escreveu.
O salvamento de Georgia
O bispo Giovanni D’Ercole, que presidiu à cerimónia religiosa, pediu aos sobreviventes para se unirem na dor. "Não tenham medo de gritar o vosso sofrimento, mas não percam a coragem. Só em conjunto conseguiremos reconstruir as nossas casas e as nossas igrejas. Acima de tudo, só em conjunto conseguiremos trazer de novo a vida às nossas comunidades", apelou.
A esperança de ainda encontrar sobreviventes é cada vez menor. Há mais de 48 horas que não é encontrado ninguém com vida debaixo dos escombros e, com o passar dos dias, as hipóteses de sobrevivência são cada vez mais reduzidas. Ontem foram retirados dos escombros mais nove corpos, fazendo subir para 291 o número oficial de vítimas da tragédia.
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