Devido à pandemia da Covid-19, autoridades portuguesas abriram pela primeira vez uma secção de voto adicional.
Dezenas de portugueses começaram a votar em Londres este sábado, o primeiro de dois dias em que os residentes no estrangeiro podem fazê-lo, para as eleições presidenciais de domingo, apesar de alguma confusão com o desdobramento das mesas de voto.
Devido à pandemia covid-19, as autoridades portuguesas abriram pela primeira vez uma secção de voto adicional na Embaixada de Portugal, o que surpreendeu alguns eleitores que se deslocaram ao Consulado-Geral, também na capital britânica, onde se concentraram as mesas de voto em eleições anteriores.
A Embaixada e Consulados aconselharam nas suas páginas oficiais e nas redes sociais a consulta antecipada do site do Ministério da Administração Interna [https://www.recenseamento.mai.gov.pt/], mas a informação não chegou a todos.
"Pelos vistos a minha mesa de voto não era aqui. Consultei online, mas não tinha tinha percebido que este ano também havia votação na Embaixada e então tive de vir aqui e agora vou até à Embaixada", disse à Agência Lusa Rita Fouta, que se deslocou do sul de Londres.
Não se importou porque, disse, "é sempre importante exercer o direito de voto, é um dever dos cidadãos, onde quer que estejam".
"Este ano, não sendo o mais conveniente deslocar até ao centro de Londres, é sempre importante fazer o sacrifício", acrescentou.
Pedro Xavier, membro ativo da comunidade portuguesa no Reino Unido, onde reside há várias décadas, disse que também ele foi surpreendido com a mudança pois sempre votou no Consulado.
"Tal como eu, muitas pessoas que conheço foram apanhadas de surpresas por esta falta de informação da parte das autoridades, seja ela da Comissão Nacional de Eleições, postos diplomáticos e do próprio Governo", comentou.
A Lusa falou com mais pessoas que foram afetadas e procuravam informações como chegar à Embaixada nos seus telemóveis, mas a maioria não se mostrou incomodada por fazer a viagem adicional neste dia frio, mas solarengo.
"Creio que estas eleições irão ser bastante votadas porque, ao contrário do que se diz, que a pandemia irá manter as pessoas em casa, eu acho que isto também um cano de escape para as pessoas poderem sair de casa e virem exercer o seu direito de voto", afirmou Xavier.
Para Débora Duarte, esta foi a primeira vez que votou fora de Portugal, de onde saiu há cinco anos.
"É o meu dever cívico e porque neste momento Portugal está numa má situação. Mas há um candidato que eu não quero que ganhe de todo e por isso resolvi vim votar hoje. Acho que há coisas mais importantes neste momento do que a pandemia e eles estão a tomar todos os cuidados necessários para as pessoas manterem distanciamento social. Não há qualquer problema em vir votar", garantiu.
Liliana Freitas também entende que a pandemia não é razão suficiente para impedir as pessoas de votarem, pelo contrário.
"Venham votar, não está muita gente, venham cedo e votem. Acabei de mandar fotografias a alguns amigos que vivem em Londres e que estavam preocupados se estaria muita gente, com filas. Não, não está, venham votar", urgiu.
Para além de transportes públicos, táxi, moto ou automóvel, alguns portugueses aproveitaram a saída para votar na sua corrida matinal ou passeio de bicicleta.
"Desde o início do confinamento que tenho evitado ao máximo andar de transportes públicos. Sendo que vivo a meia hora daqui, aproveito e faço um pouco o passeio higiénico. Aproveitar enquanto está sol", explicou à Lusa.
As mesas de voto para os cidadãos portugueses recenseados no Reino Unido estão disponíveis na Embaixada de Portugal em Londres, Consulado Geral em Londres, Consulado Geral em Manchester e Consulado Honorário em Belfast, além do Consulado Honorário em St.Helier (Ilha de Jersey) e Consulado Honorário em Hamilton (Bermudas).
No total, no Reino Unido estão recenseados 140.854 eleitores, um aumento de 5.000% face aos 2.800 inscritos nas eleições presidenciais de 2016, nas quais apenas 583 votaram, resultando numa abstenção de 79%.
O aumento do número de eleitores recenseados deve-se, em grande medida, ao recenseamento eleitoral automático dos emigrantes com cartão de cidadão válido, que decorre de uma mudança à lei, feita em 2018.
As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
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