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Desflorestação na Amazónia nos primeiros cinco meses de 2022 é a maior de sempre

De acordo com dados divulgados este sábado, entre janeiro e maio deste ano, a Amazónia perdeu impressionantes 2867 km2 da área verde.

11 de junho de 2022 às 16:55

A desflorestação na Amazónia nos primeiros cinco meses de 2022 é a maior de sempre desde que o INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, começou a monitorizar a destruição da floresta, em 2016. Os números conflagram ostensivamente com a declaração feita esta sexta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro na Cimeira das Américas, em Los Angeles, nos EUA, ao afirmar que o governo aumentou fortemente o combate aos crimes ambientais e que o Brasil é um exemplo de sustentabilidade.

De acordo com dados divulgados este sábado pelo INPE, entre janeiro e maio deste ano, a Amazónia perdeu impressionantes 2867 km2 da área verde. Não há registos de uma devastação anterior tão grande, o que mostra o avanço desenfreado das ações predatórias de invasores de todo o tipo, com a omissão, e, em muitos casos, até o incentivo do governo do presidente Bolsonaro, que defende a ocupação da floresta por não índios e a sua exploração económica.

Com os dados divulgados agora, fica claro o aumento da destruição da Amazónia desde que o atual presidente tomou posse, em janeiro de 2019, quando garimpeiros, madeireiros, pecuaristas, pescadores e caçadores ilegais começaram a instalar-se na região e a tratar a floresta de forma predatória. Em 2020 já houve um salto na desflorestação da floresta, com o desaparecimento de 2038 km2 de área verde, tendo esse flagelo aumentado ainda mais em 2021, atingindo 2543 km2 de devastação, antes de se chegar ao novo e triste recorde agora divulgado.

Indígenas e ribeirinhos que sempre viveram em harmonia com a floresta têm sido expulsos das suas áreas por invasores fortemente armados, e quem se atreve a denunciar os crimes que estão a ser praticados na Amazónia corre elevado risco. Um jornalista inglês, Dom Philips, colaborador do jornal britânico The Guardian, e um pesquisador brasileiro, Bruno Araújo Pereira, por exemplo, desapareceram há uma semana numa região remota da Amazónia onde tinham ido ouvir indígenas que denunciam a invasão das terras, e teme-se que tenham sido executados. 

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