Dilma e Lula sem culpa no Petrolão

Num desfecho surpreendente e dececionante para muitos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investigou o desvio de milhares de milhões de euros da Petrobras, não responsabilizou nenhum político e ilibou a presidente Dilma Rousseff e o seu antecessor Lula da Silva de qualquer irregularidade. Isto apesar de a CPI ter constatado desvios desde 2006 – quando Lula estava no poder e Dilma era ministra da Presidência e presidente do Conselho de Administração da Petrobras – até 2014, quando ela já era presidente.

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Segundo o relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio, do PT, nos oito meses de trabalhos da comissão e nos autos do Ministério Público e da Polícia Federal sobre os desvios, não há qualquer prova que envolva Lula, Dilma ou os presidentes da petrolífera estatal, José Sérgio Gabrielli e Maria das Graças Foster. Sérgio também não encontrou indícios contra outros políticos, nem mesmo os 49 já acusados ou investigados pela Procuradoria-Geral da República pela fraude, entre eles os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.

Segundo a comissão, o maior esquema de corrupção descoberto no Brasil foi obra de fornecedores da petrolífera, nomeadamente construtoras, com a conivência de alguns maus funcionários da Petrobras. A CPI ignorou assim os depoimentos de vários arguidos que colaboram com a justiça e que envolveram diretamente dezenas de políticos, denunciaram o tráfico de influências do ex-PR Lula da Silva para favorecer grandes construtoras e o financiamento da campanha de reeleição de Dilma com milhões desviados da petrolífera.