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"Eles querem culpar-me!": Bolsonaro admite receio de ser preso ao voltar para o Brasil após ataque aos três poderes

Bolsonaro referiu que poderá voltar ao Brasil em março.

16 de fevereiro de 2023 às 15:40

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que fugiu para os EUA um dia antes do fim do seu mandato, em Dezembro passado, temendo ser preso ao perder a imunidade que o cargo lhe dava, confirmou ao Wall Street Journal que esse temor continua e até aumentou.

Na entrevista ao WSJ, Bolsonaro, que parece estar com medo, até em território norte-americano, pois compareceu à entrevista, num edifício em Orlando, no estado da Florida, protegido por guarda-costas, afirmou que no Brasil estão a tentar culpá-lo por tudo e mais alguma coisa, até, frisou, a tentativa de golpe desencadeada por seguidores em 8 de Janeiro em Brasília para tentarem derrubar o novo presidente, Lula da Silva.

"Uma ordem de prisão pode surgir de repente, do nada. Eu nem estava lá [no 8 de Janeiro], e eles querem culpar-me!" - Declarou o antigo presidente, negando que as invasões de apoiantes seus ao Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio presidencial naquele dia tenham sido uma tentativa de golpe de Estado.

"Golpe, que golpe...? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?"-Questionou.

  Na entrevista, Jair Bolsonaro voltou a insinuar que a eleição de Lula da Silva nas presidenciais de Outubro passado foi fraudada, mais uma vez sem apresentar qualquer prova. O ex-presidente disse ter ficado perplexo com o resultado, a primeira derrota eleitoral da sua vida, pois, frisou, o povo estava com ele.

  "O povo estava comigo, o agronegócio estava comigo, a maioria dos evangélicos estava comigo, a indústria estava comigo, os donos de armas estavam comigo."-Ponderou Bolsonaro, que em declarações em diversos eventos nos EUA tem repetido que a derrota dele e a eleição de Lula foi arquitectada e concretizada nos gabinetes dos juizes do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral e não pelo voto popular.

  Bolsonaro avançou que deve regressar ao Brasil no próximo mês, março, para liderar a direita no país, pois, acrescentou, "não há mais ninguém neste momento que possa fazê-lo."

Na verdade, Bolsonaro, que pretendia ficar fora do Brasil até os seus advogados lhe garantirem não haver mais risco de ser preso, está a ser pressionado a antecipar a volta ao país pelo inesperado destaque político que a sua própria mulher, Michelle Bolsonaro, está a ter, nomeadamente dentro do seu Partido Liberal, tendo assumido esta quarta-feira o cargo de presidente do PL-Mulher, com direito a escritório luxuoso em Brasília e um elevado salário que antes o partido tinha lhe tinha prometido, e que está a ameaçar ocupar o posto de liderança deixado vago pela fuga do antigo chefe de Estado. 

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