O caso envolve a empresa de iluminação naval Mayak e a família Kozlovski, cujos bens foram nacionalizados em março por "cumplicidade com o regime de Kiev".
Proprietários de várias empresas da Crimeia, anexada pela Rússia, transferiram cerca de 12,3 milhões de dólares (10,5 milhões de euros, ao câmbio atual) para as forças armadas ucranianas, noticiou esta terça-feira o jornal russo Izvestia.
Segundo uma investigação do jornal, o caso envolve sobretudo a empresa de iluminação naval Mayak e a família Kozlovski, cujos bens foram nacionalizados em março deste ano por "cumplicidade com o regime de Kiev".
Foram confiscadas sete empresas em nome de quatro membros da mesma família, que após o início da guerra na Ucrânia em 2022 nomearam um único proprietário externo ao núcleo familiar.
Uma das principais proprietárias reais é Sidonia Kozlovskaya, 80 anos, que também se dedicou ao setor do turismo regional, segundo o jornal, citado pela agência espanhola EFE.
Uma das filhas de Sidonia, Liudmila Kozlovskaya, é proprietária da Fundação para o Diálogo Aberto, organismo declarado indesejável pela Procuradoria-Geral da Rússia em 2024.
A fundação proclama como principal objetivo a integração europeia da Ucrânia e participa ativamente em diferentes projetos em países da União Europeia (UE).
De acordo com informações da fundação, citadas pelo Izvestia, Liudmila Kozlovskaya doou equipamento militar e humanitário ao exército ucraniano.
Em 2023, foram enviados 5.800 coletes à prova de bala, 1.100 capacetes, 170 câmaras térmicas, 45 'drones', 27 geradores elétricos, 86 estações de rádio, 11 veículos todo-o-terreno, três ambulâncias e 900 sacos-cama, entre outros equipamentos.
O Izvestia denunciou que o dinheiro da fundação foi fornecido por empresas localizadas na Crimeia, a península ucraniana que a Rússia anexou ilegalmente em 2014.
Tais empresas chegaram a cumprir quatro contratos encomendados pelo Ministério da Defesa da Rússia no valor de nove milhões de rublos (95.500 euros) e a colaborar com empresas navais russas ligadas à Defesa.
No entanto, todas as empresas da família Kozlovski declararam lucros muito baixos e até mesmo prejuízos nos últimos 10 anos.
O economista Nikita Krichevski, citado pelo jornal russo, atribuiu a discrepância ao desvio de capitais por meio de serviços de criptomoedas declarados como compra de títulos nas contas da empresa.
Krichevski disse que tal prática também permite transferir dinheiro facilmente e de forma opaca para a Ucrânia.
O jornal russo denunciou que há muitas empresas que trabalham dessa forma na península anexada.
Em fevereiro deste ano, o presidente do parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov, anunciou um novo pacote de nacionalizações de bens de empresários ucranianos.
Desde 2022, a república anexada da Crimeia arrecadou receitas de 4.800 milhões de rublos (mais de 50 milhões de euros) com a reprivatização de empresas.
De acordo com a imprensa ocidental, os processos de nacionalização e posterior venda a particulares são realizados indiscriminadamente, devido à ausência de controlo legal em todos os territórios ucranianos anexados pela Rússia, com o objetivo de conquistar novos mercados.
Na Rússia, mais de 100 grandes empresas também foram nacionalizadas desde 2023, tendo muitas delas sido posteriormente vendidas a círculos próximos da presidência russa.
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