Material é acompanhado de uma reforma curricular que promete mudar as salas de aulas das escolas públicas.
As crianças da Guiné-Bissau têm, pela primeira vez, manuais para aprender e os professores guias para ensinarem, acompanhados de uma reforma curricular que promete mudar as salas de aulas das escolas públicas.
"São os primeiros manuais", enfatizou à Lusa Jorge Sanca, diretor da escola de Cadjens, no setor de Bula, com 376 alunos, do jardim-de-infância até ao nono ano.
O material continua a ser guardado nas caixas em que chegou recentemente, mas a utilidade do mesmo já pode ser observada nas salas de aulas do primeiro ao quarto ano, como constatou a reportagem da Lusa.
As escolas públicas do primeiro ciclo foram as primeiras contempladas pelo projeto Reforma Curricular do Ensino Básico da Guiné-Bissau (RECEB) com a impressão de 220 mil manuais e cadernos de atividades e sete mil guias para professores, além de outros materiais, como 'tablets' e carregadores solares.
O projeto começou há dez anos e envolve o Governo guineense, o Banco Mundial, a Fundação Gulbenkian e a Universidade do Minho, em Portugal, para a reforma do ensino num país onde 45% da população adulta é analfabeta.
Uma década depois, os resultados chegaram às escolas e na de Cadjens o diretor contou à Lusa o que mudou, a começar pela renovação do currículo escolar.
O ensino do primeiro ciclo tem mudança nas disciplinas que passam agora a ser Expressão, Matemática, Língua Portuguesa, Meio Físico e Social e Cidadania.
Os 20 professores que o Ministério da Educação guineense envia de Bissau para aquela escola tiveram formação e cada um tem um guia que usa para lecionar.
O diretor acredita que "vai mudar muito, porque o ensino era muito deficitário por falta de materiais. Agora, com esse apoio, com esses materiais, vai ajudar as crianças".
"Dantes, por exemplo, na Língua Portuguesa ensinava Gramática mas primeiro era a oralidade, agora os alunos estão vendo imagens, já começam a falar, criar oralidade, depois escrita. Isso vai ajudar muito", exemplificou.
No português, na matemática ou noutra disciplina, o facto de terem algo que permita ver a realidade do que se fala, "facilita a aprendizagem das crianças", acredita o diretor.
As crianças, acrescentou, aprendem observando e o facto de terem o apoio dos manuais, nomeadamente das gravuras, "ajuda muito".
"Antes era difícil, porque não havia manuais. O professor é que fazia tudo, a sua arte para poder ensinar. Agora, com esses manuais, vai ser mais fácil o professor trabalhar", contou.
Os guias para os docentes ajudam porque servem de orientação, dão toda a explicação de "como introduzir uma matéria, como vai desenvolver, como vai avaliar".
De acordo com informação disponibilizada pela Universidade do Minho, antes da pandemia da covid 19, foi iniciado o processo de alargamento da reforma ao segundo ciclo, mas "limitações orçamentais fizeram com que só agora fosse possível pensar em retomar o processo".
Mais recentemente, foram elaborados materiais para a educação pré-escolar e para a educação acelerada, uma inovação no país, destinada a quem não fez o 1.º e o 2.º ciclos obrigatórios na idade normal, segundo fonte.
Estes materiais estão a ser testados em algumas pré-escolas e escolas de diversas regiões do país e, em paralelo, têm decorrido cursos de formação para educadores de infância e para professores daqueles ciclos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.