"Nenhum de nós teve problemas, mas depois de sairmos houve colegas que infelizmente tiveram problemas", disse um dos estudantes sem conseguir conter as lágrimas.
Os nove estudantes guineense que se encontravam no Sudão quando começou o conflito armado chegaram esta quarta-feira a Bissau e esperam agora ter oportunidade de concluir os seus estudos universitários.
"Nenhum de nós teve problemas, mas depois de sairmos houve colegas que infelizmente tiveram problemas", disse Malam Indjai, um dos estudantes regressado do Sudão, sem conseguir conter as lágrimas.
No dia em que começou o conflito, em Cartum, capital do Sudão, Malam Indjai e os seus colegas estavam na residência universitária.
"Nós ouvimos os tiros e há colegas que viviam numa zona próxima de uma brigada militar", disse visivelmente emocionado.
Permaneceram sempre na residência universitária, que era mais longe da zona de maior conflito, e os restantes colegas foram transferidos para aquele local. As mulheres estudantes ficaram todas juntas num pavilhão, explicou aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau.
Questionado pelos jornalistas sobre como conseguiram sair do país, Malam Indjai explicou que contactaram embaixadores guineenses em vários países, nomeadamente Arábia Saudita e Etiópia, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, e que também foram ajudados por familiares.
O grupo de nove estudantes universitárias, entre os quais uma mulher, frequentava em Cartum cursos superiores de teologia islâmica, direito e também ciências económicas.
"Nós vamos pedir uma audiência ao Presidente da República para que possamos ter oportunidade de continuar os nossos estudos", afirmou Malam Indjai, que frequenta o terceiro ano da licenciatura em ciências económicas e políticas, mas que tem colegas que estavam no último ano do curso.
A receber os estudantes no aeroporto estava a secretária de Estado das Comunidades guineense, Salomé Allouche disse que o momento é de "alegria e alívio".
"Foram momentos de pânico, mas rapidamente houve intervenção do Presidente da República, cuja magistratura de influência falou muito alto, e do Governo. Estamos contentes", disse a secretária de Estado.
O Governo da Guiné-Bissau retirou do Sudão nove estudantes guineenses no âmbito de uma operação conjunta com o Senegal.
Salomé Allouche destacou que o diretor-geral das comunidades esteve sempre em contacto com os estudantes e realçou a rapidez do Governo em desbloquear o apoio financeiro para os estudantes conseguirem regressar ao "contrário do que dizem nas redes sociais".
A secretária de Estado disse que os estudantes vão continuar a ser acompanhados, também por um psicólogo, porque muitos encontram-se ainda num estado de pânico e muito medo.
O Sudão entrou esta quarta-feira no 19.º dia consecutivo de confrontos entre o exército e as RSF, um conflito que já fez pelo menos 550 mortos e mais de 4.200 feridos e obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade.
As duas partes envolvidas no conflito realizam esta quarta-feira o terceiro e último dia de uma trégua, a terceira consecutiva, apesar de se continuarem a registar confrontos.
O Sudão do Sul, país vizinho e mediador desta trégua, anunciou esta quarta-feira que os dois chefes militares rivais, os generais Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Dagalo, acordaram em princípio numa trégua de sete dias a partir de quinta-feira.
Os combates iniciaram-se após semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição.
Ambas as forças estiveram por trás do golpe conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão em outubro de 2021.
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