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EUA recusam tirar deputado brasileiro da lista de procurados

A justiça dos Estados Unidos inflingiu uma pesada derrota a Paulo Maluf, segundo deputado mais votado do Brasil e ex-governador do estado de São Paulo e ex-presidente da câmara da cidade de mesmo nome, recusando tirar o nome dele da lista de procurados pela Interpol, a polícia internacional, onde consta há dois anos, desde que um juiz de Nova Iorque emitiu contra ele um mandado internacional de captura. Com isso, para a justiça e a polícia dos EUA, Maluf continua a ser considerado um fugitivo com a cabeça a prémio.

27 de abril de 2012 às 20:46

A decisão foi tomada pelo supremo tribunal do estado de Nova Iorque, à qual os advogados do veterano político brasileiro tinham solicitado a anulação do mandado internacional de captura. Em Nova Iorque, Paulo Maluf é acusado de fraude, roubo e branqueamento de capitais originários de corrupção, de ter movimentado milhões em contas ilegais, e de ter gasto fortunas em obras de arte com dinheiro proveniente de desvios de verbas de grandes obras públicas em São Paulo.

Os advogados de Maluf alegam que tudo isso é fantasia da imprensa e dos desafectos do político, e que ele nunca desviou dinheiro algum e que nunca teve qualquer conta bancária no estrangeiro. Mas a mais alta corte nova-iorquina não deu crédito aos defensores e manteve a ordem internacional de captura.

Com isso, Paulo Maluf, um dos políticos mais importantes das últimas décadas da história do Brasil e, além disso, um empresário milionário, está literalmente “exilado” no seu próprio país. Ele não corre riscos no Brasil, pois a lei brasileira proíbe a extradição de qualquer cidadão nato, mas, em contrapartida, não pode viajar para nenhum dos 188 países que fazem parte da rede da Interpol, pois, se o fizer, será imediatamente preso.

Maluf, que já esteve preso por ordem da justiça brasileira acusado de corrupção, também tem problemas com a justiça de outros países além dos EUA. Ele enfrenta processos na França e na Suiça, também por corrupção e movimentação de contas ilegais recheadas de dinheiro suspeito.

Acusado de corrupção, Paulo Maluf chegou a ter a candidatura às legislativas de 2010 impugnada, mas recorreu e conseguiu participar no pleito, sagrando-se o segundo deputado federal mais votado do país. A sua posse também esteve ameaçada devido às acusações, mas uma nova decisão judicial permitiu-lhe assumir o mandato parlamentar.

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