Acordo envolve o governo norte-americano e investidores privados, que vão injetar 477 milhões de euros na Vulcan Elements com o objetivo de diminuir a dependência da China.
A Vulcan Elements, 'startup' especializada no processamento de terras raras, anunciou esta segunda-feira que o Estado norte-americano vai tornar-se acionista da empresa, numa altura em que Washington procura diminuir a dependência nestas matérias-primas relativamente à China.
A jovem empresa da Carolina do Norte fabrica ímanes potentes, componentes cruciais para muitos setores de alta tecnologia, a partir de uma liga que contém neodímio, um dos metais de terras raras.
O acordo envolve o governo norte-americano e investidores privados, que vão injetar 550 milhões de dólares (477 milhões de euros) na Vulcan Elements, de acordo com um comunicado de imprensa.
O governo federal irá ainda libertar um empréstimo de 620 milhões de dólares e uma subvenção de 50 milhões de dólares, em troca dos quais receberá ações da Vulcan no valor equivalente a 50 milhões de dólares.
A Vulcan Elements também planeia purificar terras raras na sua fábrica no parque industrial Research Triangle Park, que faz fronteira com Durham.
O governo vai também emprestar 80 milhões de dólares à ReElement Technologies, outra empresa norte-americana especializada na produção de elementos de terras raras prontos para processamento, que já tinha assinado um acordo de fornecimento com a Vulcan em agosto.
A operação prevê ainda que investidores privados adquiram uma participação de 80 milhões de dólares na ReElement Technologies.
Em troca da sua contribuição, o governo receberá, para além do pagamento dos seus empréstimos ao longo do tempo e das ações da Vulcan, produtos financeiros derivados, que podem ser convertidos em ações da Vulcan e da ReElement sob determinadas condições.
"O nosso investimento na Vulcan Elements irá acelerar a produção de ímanes de terras raras nos Estados Unidos para a indústria americana", comentou o secretário do Comércio, Howard Lutnick, citado no comunicado de imprensa.
No conflito comercial com os Estados Unidos, a China tem restringido progressivamente as suas exportações de terras raras, das quais controla mais de 90% do mercado global de refinação.
Depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado aumentar as tarifas sobre a China em 100%, os dois países chegaram a um acordo na semana passada, incluindo sobre a suspensão chinesa das restrições às terras raras.
No domingo, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, defendeu que era necessário que os Estados Unidos "reduzissem os riscos" representados pela China em relação ao fornecimento de terras raras, encontrando fornecedores alternativos e desenvolvendo uma indústria nacional.
As terras raras --- dezassete matérias-primas descobertas no final do século XVIII na Suécia, cada uma com propriedades diferentes --- são estratégicas pela sua aplicação nas tecnologias de transição energética e eletrónica.
Em julho, o Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) estabeleceu uma parceria público-privada com a empresa de mineração de terras raras MP Materials, tornando-se o seu maior acionista e investindo milhares de milhões de dólares em produção.
A empresa planeia iniciar a construção de uma segunda unidade de fabrico de ímanes assim que for identificado um local, graças a um "pacote de investimento de milhares de milhões" de dólares e um "compromisso de longo prazo" do Pentágono.
A produção, que deverá arrancar em 2028, tem como objetivo servir clientes do setor da defesa e também privados.
Isto dar-lhe-á uma capacidade total de produção de 10.000 toneladas por ano, combinada com a sua infraestrutura existente localizada em Mountain Pass (Califórnia), considerado o segundo maior local de mineração de terras raras do mundo.
Concluída a operação, o Pentágono ficará com uma participação de 15% na MP Materials, tornando-se o seu maior acionista.
O Departamento governamental comprometeu-se ainda a pagar um preço mínimo durante dez anos pela produção de uma liga (NdPr) utilizada sobretudo em motores e geradores --- para "reduzir os riscos ligados à especulação externa no mercado" e "garantir um cash flow estável" para a empresa.
Isto também garantirá que todos os ímanes produzidos pela segunda fábrica, denominada 10X, são adquiridos no prazo de dez anos após a sua conclusão.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
                        O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário. 
                        O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
                    
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
                    Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login. 
                    Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
                
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.