Pascal Canfin falava durante a Conferência Interparlamentar sobre Estabilidade, Coordenação Económica e Governação na UE.
O presidente da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar do Parlamento Europeu, Pascal Canfin, apelou esta segunda-feira à conjugação das políticas ecológicas com o mecanismo de recuperação e resiliência europeu de resposta à pandemia de Covid-19.
"Conseguimos boas regras na aprovação deste mecanismo e o Parlamento Europeu vai acompanhar de muito perto os planos enviados pelos Estados-membros. Mas há um fosso no investimento climático e não investimos o suficiente face aos objetivos que nos impusemos a nós próprios [União Europeia (UE)]", lançou o eurodeputado francês.
Pascal Canfin, que falava durante a Conferência Interparlamentar sobre Estabilidade, Coordenação Económica e Governação na UE (Semestre Europeu), que decorreu 'online' a partir de Bruxelas, estabeleceu um paralelismo entre a luta contra a atual pandemia e o combate contra as alterações climáticas, garantindo o empenho do Parlamento Europeu no processo de vacinação em curso.
"Não há uma vacina contra as alterações climáticas, mas há uma vacina contra a covid-19. Tudo faremos para, em conjunto com a Comissão Europeia, avançar com a vacinação de 70% dos europeus até ao verão, para se poder virar a página até setembro", lançou.
Por seu turno, o deputado socialista Luís Graça, vice-presidente da Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território da Assembleia da República, que copresidiu os trabalhos, considerou que, para que sejam alcançados os objetivos do Plano Ecológico Europeu, é necessário um "forte compromisso de todos os Estados-membros, mas também da população".
Já o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, sublinhou a necessidade de a Europa "sair desta crise [pandémica] rapidamente", salientando que "há países a atravessar uma fase muito difícil" a nível económico e social.
"No futuro, os cidadãos vão olhar para nós como quem forneceu as vacinas contra a covid-19. No ambiente também não podemos não agir. Se não olharmos para a questão ecológica as coisas vão ficar fora do controlo", vaticinou o político holandês.
Por isso, defendeu, Bruxelas quer "ter a certeza" de os planos de recuperação e resiliência apresentados pelos Estados-membros "vão no bom caminho".
E acrescentou: "Há muito para fazer, mas há esforços genuínos dos países. Temos que ligar esses projetos às reformas específicas por país".
O responsável destacou ainda que a Europa só poderá ser bem-sucedida ao nível das metas ambientais se atuar como "um farol para o mundo", tendo neste plano uma "oportunidade para liderar".
A economista principal da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Laurence Boone, que também participou na sessão virtual, pediu urgência nos investimentos 'verdes', uma vez que os frutos só vão ser colhidos no futuro.
"Devemos investir hoje nas infraestruturas limpas, porque é preciso esperar 15 anos, pelo menos, pelo retorno. Temos de começar já", assinalou a economista francesa, que também defendeu o máximo aproveitamento tecnológico para atingir os objetivos ambientais no evento que contou ainda com a participação de vários eurodeputados e deputados, como os portugueses Isabel Meireles (PSD) e Carlos Brás (PS).
A meta dos 37% para as questões 'verdes' foi um dos requisitos estabelecidos por Bruxelas para os planos nacionais de resiliência e recuperação dos Estados-membros, ao qual se junta a obrigação de dedicar pelo menos 20% das verbas à transformação digital.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, que entrou na semana passada em consulta pública, prevê que 47% das verbas tenham como fim a sustentabilidade ambiental, enquanto 38% visam a transformação digital, ou seja, está acima dos requisitos de Bruxelas.
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