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Ex-presidente do parlamento são-tomense detido pede transferência por motivos de saúde

Delfim Neves foi detido após ter sido alegadamente identificado como mandante do assalto ao quartel das Forças Armadas.

28 de novembro de 2022 às 18:51

O advogado do ex-presidente do parlamento são-tomense Delfim Neves, detido na sexta-feira por militares após um assalto ao quartel, disse ter solicitado no sábado que o seu cliente fosse levado a instalações hospitalares, mas sem resposta 48 horas depois.

Delfim Neves, que terminou no início do mês o seu mandato como presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe na sequência das eleições legislativas de 25 de setembro, foi detido às primeiras horas da manhã de sexta-feira, na sua casa, após ter sido alegadamente identificado como mandante do assalto ao quartel das Forças Armadas, que decorreu na madrugada de sexta-feira e em que morreram três dos quatro assaltantes e um outro alegado mandante, Arlécio Costa.

O tribunal de Instrução Criminal já começou a ouvir os detidos na sequência do ataque - 12 militares e quatro civis, segundo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, brigadeiro Olinto Paquete.

Em declarações à Lusa na tarde de segunda-feira, o advogado, Hamilton Vaz, indicou que Delfim Neves ainda não foi ouvido pelas autoridades.

"Mandaram-nos aguardar", disse o advogado, que criticou as "condições deploráveis" em que Delfim Neves está detido nas instalações da Polícia Judiciária, para onde foi transferido ao final da tarde de sexta-feira, depois de ter passado todo o dia no quartel militar.

"Durante todos estes dias, desde dia 25, Delfim Neves está a dormir numa cadeira. Não há colchão, esteira, nada", descreveu Hamilton Vaz.

Delfim Neves, que foi submetido há uns meses a uma cirurgia nas costas e sofre de hipertensão, recebeu assistência médica porque tinha "os pés a inchar e a glicemia e tensão com alterações fortes", afirmou, indicando existir um relatório médico que "recomenda que ele não se pode manter" naquelas condições.

A equipa de advogados fez, no sábado, um pedido para que Delfim Neves pudesse ser "assistido numa instalação hospitalar, onde uma equipa médica poderia fazer o seguimento" da situação clínica.

"Esse pedido foi encaminhado para os procuradores, que indicaram que seria remetido à juíza" que está a conduzir os interrogatórios, mas até à tarde de segunda-feira, o requerimento não tinha tido resposta, indicou Hamilton Vaz.

O ataque foi classificado pelas autoridades são-tomenses como "uma tentativa de golpe de Estado" e o exército já prometeu uma investigação às condições em que morreram os detidos. Portugal está a colaborar com a justiça são-tomense, tendo enviado uma equipa com elementos da Polícia Judiciária e do Instituto de Medicina Legal.

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