País necessitaria de 23 milhões de euros para suprir todas as necessidades humanitárias na educação, revelou fonte da Unicef.
Mais de 200 mil crianças estão sem escola no meio da crise que se vive no norte de Moçambique e faltam apoios às organizações humanitárias para responder às metas deste ano, disse esta quarta-feira fonte oficial à Lusa.
"Um montante de 23 milhões [de euros] seria o necessário para suprir todas as necessidades humanitárias em educação" durante o ano de 2022 em Moçambique e que estão concentradas no norte, explicou fonte do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em resposta a questões colocadas pela Lusa.
No entanto, até final do primeiro trimestre, o grupo ('cluster') de educação só tinha 3,3% daquele valor (o grupo inclui duas organizações moçambicanas, 14 internacionais e duas agências das Nações Unidas, todos no terreno), num cenário global em que a pandemia e, agora, a Ucrânia são prioridades de vários doadores.
Fundos adicionais (num valor não especificado) já entraram em abril, mas "tendo em conta o contexto atual, será um desafio alcançar as metas às quais toda a equipa e parceiros se dedicam todos os dias", segundo a mesma fonte.
As províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula enfrentam as consequências de vários anos de insurgência amada, ciclones e da pandemia de Covid-19, provocando uma crise humanitária com quase 800.000 deslocados em que o subfinanciamento é transversal a todas áreas, do apoio alimentar à educação.
Há uma dupla crise: em cima da crise humanitária, há uma crise de financiamento das próprias organizações que tentam prestar ajuda.
"A escassez de fundos disponíveis para as intervenções humanitárias tem-se agudizado desde a pandemia da Covid-19", uma vez que se tratou de uma "emergência global" e atualmente "a intervenção de resposta ao conflito na Ucrânia é essencial para vários doadores", explicou a mesma fonte.
Em Moçambique, os 23 milhões de euros orçamentados para educação este ano "incluem as necessidades do setor para todo o país, incluindo para a reabilitação de infraestruturas escolares".
Só na província de Cabo Delgado, devastada há quatro anos e meio por uma insurgência armada, há 114 salas de aula destruídas e menos de metade das 386 escolas afetadas abriram portas para o ano letivo de 2022 - até porque além da destruição de infraestruturas, persistem problemas de acessibilidade e segurança em vários distritos.
Os serviços de educação estão sob intensa pressão com quase 30.000 crianças deslocadas", que fugiram de zonas de conflito, "a frequentar escolas comunitárias de acolhimento".
Depois de se reerguerem edifícios, "é necessário apoio para motivar as crianças a voltarem à escola, para garantir que são espaços seguros para aprenderem e é preciso abordar os traumas alunos e professores enfrentaram no último ano, mantendo a qualidade da educação", lê-se numa análise à situação feita pelo grupo nos meses de janeiro e fevereiro.
Face ao cenário, as ações no terreno "são planeadas conforme os fundos disponíveis", conclui fonte do Unicef.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.
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