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Fim do 'bromance': Musk pede libertação de ativista britânico anti-Islão e vira costas a Farage

Discordância em relação a Tommy Robinson fez magnata retirar apoio ao líder da extrema-direita do Reino Unido.

06 de janeiro de 2025 às 23:04

Há cerca de um mês, Elon Musk reunia-se com Nigel Farage, líder do Reform UK, para discutir uma "doação substancial" para a extrema-direita britânica. O magnata "tinha sido muito generoso com o seu tempo" e parecia "estar disposto a ajudar" o partido. "Não nos deixou dúvidas de que está mesmo atrás de nós”, disse Farage, pouco depois do encontro no resort do Presidente dos Estados Unidos (Donald Trump) em Mar-a-Lago. No entanto, no início deste ano o multimilionário virou as costas ao líder do Reform UK. “O partido Reformista precisa de um novo líder. Nigel Farage não tem o que é preciso”, escreveu  no X, rede social da qual é dono e que tem utilizado para tecer considerações sobre a política europeia.

"O improvável 'bromance' parecia ter acabado", escreveu o jornal The Guardian. Mas por que razão?

De acordo com os media britânicos, Farage sugeriu que as afirmações de Musk surgem depois de ter discordado de uma posição do magnata. Recentemente, Musk apoiou publicamente Stephen Yaxley-Lennon, um ativista anti-imigração e anti-Islão. Conhecido pelo pseudónimo Tommy Robinson, o ativista cumpre uma pena de 18 meses de prisão por ter acusado falsamente um refugiado sírio de ser violento. De acordo com estatísticas divulgados pelo jornal The Economic Times, Tommy Robinson tem um índice de aprovação de apenas 19% no Reino Unido.

Quando questionado sobre o apoio ao ativista, Farage distanciou-se e disse que encarou as afirmações de Musk como "uma surpresa". "Bem, isto é uma surpresa! O Elon Musk é uma pessoa notável, mas neste ponto receio discordar. A minha opinião continua a ser a de que Tommy Robinson não é o homem certo para o Reformismo e eu nunca abandono os meus princípios”, disse o líder da extrema-direita britânica. 

Minutos depois de Farage ter feito esta declaração, Elon Musk à apelou à libertação de Robinson, sugerindo que se trata de um "preso político" que foi punido por ter dito a verdade sobre os gangues de aliciamento.

Numa entrevista este domingo, Farage referiu-se a Musk como um “herói” que faz com que o Reform UK “pareça fixe”. Mas acrescentou que o apoio de Musk “não significa que tenha de concordar com todas as declarações que ele faz no X”.

O político já afirmou diversas vezes que não acolheria Robinson no Reform UK, tendo-o acusado de “incitar ao ódio”.

Nas últimas semanas têm aumentado as acusações de líderes a Elon Musk por alegada interferência na política europeia. A Noruega, a Alemanha, a França e o Reino Unido já se pronunciaram sobre as publicações de apoio do magnata a partidos de extrema-direita.

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