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Fotojornalista preso pelos talibãs corre risco de vida

Outros jornalistas detidos no Afeganistão alegam ter sido espancados e torturados.

30 de setembro de 2021 às 15:45

O fotógrafo freelancer, Morteza Samadi, detido quando cobria um protesto em defesa das mulheres na cidade de Herat, no Afeganistão, foi um dos vários jornalistas presos pelo movimento talibã. Todos os outros jornalistas foram libertados, exceto Morteza, cujo paradeiro é atualmente desconhecido.

O receio pela vida de Morteza começou após vários 

condenados terem sido executados e os corpos expostos em público, nas principais praças de Herat

 - uma prática draconiana trazida de volta pelo grupo extremista. Um líder veterano do movimento Talibã, Mullah Nooruddin Turabi, disse em entrevista à Associated Press que o 

novo governo vai trazer de volta as execuções e também as amputações como punição por crimes menores

Depois de circularam rumores online de que Morteza tinha sido condenado à morte, o Talibã divulgou um comunicado negando que o jovem iria ser executado e assumiu que o libertaria assim que fosse considerado inocente pela "segurança nacional". A família de Morteza só teve permissão para falar por telefone, durante um minuto, desde que o jovem foi preso a 7 de setembro, e não recebeu nenhuma informação sobre a situação legal do fotojornalista, avançou o The Guardian

Mustafá Samadi, irmão de Morteza, apontou que o Talibã não divulgou nenhum detalhe sobre o local e as condições em que ele está detido. A família alega que Morteza foi preso por militares talibãs que confiscaram o seu material de trabalho e o telemóvel e encontraram imagens e publicações nas redes sociais da sua autoria.

 "Não tive notícias sobre a sentença do meu irmão durante três semanas", acrescentou. A família acredita que Morteza possa ter sido acusado por incitar protestos. "O meu irmão não cometeu nenhum crime e não deve ser condenado à morte. Ele deve ser libertado ", disse ainda Mustafá.

O ataque do grupo extremista

 à liberdade de expressão,

 desde que assumiu o controlo do Afeganistão, tem gerado críticas em todo o mundo. A 

19 de setembro, o governo anunciou 11 regras que impunham severas restrições à liberdade de expressão no país, lançando, assim, as bases para a detenção de jornalistas.

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