Fronteiras terrestres e aéreas do Mali estavam encerradas desde o golpe militar de terça-feira.
As fronteiras terrestres e aéreas do Mali, encerradas desde o golpe militar de terça-feira, serão reabertas na sexta-feira, anunciou hoje a junta militar que assumiu a liderança do país, através de um breve comunicado.
"O Comité Nacional de Salvação do Povo está a informar a comunidade nacional e internacional da reabertura das fronteiras aéreas e terrestres a partir de sexta-feira, 21 de agosto, às 00:00 (01:00 em Lisboa)", explicita o comunicado que foi lido pelo pivô do noticiário da Office de Radiodiffusion - Télévision du Mali (ORTM, na sigla francesa), citado pela France-Presse (AFP).
A nota redigida pelos militares acrescenta que estão garantidas "a boa circulação das pessoas e de bens", sem adiantar, no entanto, esclarecimentos adicionais.
A junta militar responsável pelo derrube do Presidente do Mali vai colocar no seu lugar "um presidente de transição", que vai ser "um militar ou um civil", afirmou na quinta-feira o seu porta-voz em entrevista à televisão France24.
"Vamos instalar um conselho de transição com um presidente de transição, que vai ser ou um militar ou um civil. Estamos em contacto com a sociedade civil, os partidos da oposição, a maioria, toda a gente, para procurar avançar com a transição", declarou o porta-voz da junta, o coronel-major Ismael Wagué.
"Esta transição vai ser o mais curta possível", disse.
O mandato do Presidente derrubado, Ibrahim Boubacar Keïta, que se demitiu na noite de terça para quarta-feira, quando se encontrava detido pelos golpistas, prolongava-se até 2023.
O porta-voz do Comité Nacional para a Salvação do Povo, que dirige agora o país, recusou a ideia de que o Presidente Keita, que afirmou que não tinha outra escolha, se tenha demitido sob pressão.
Ismael Wagué voltou a justificar a intervenção dos militares com a existência de "um bloqueio do país" desde há muito.
"Uma parte da população sofria. (...) O nível da corrupção era muito elevado. Digo-vos claramente prefiro evitar o termo 'golpe de Estado', porque isto não o é", acrescentou.
O coronel-major disse também que o destino do ex-Presidente vai ser decidido pela justiça do país, e não pelos militares, e recusou qualquer ligação entre o Comité e o M5, o movimento de contestação, que junta chefes religiosos, sociedade civil e políticos, que reclamava a saída de Keita e saudou a intervenção militar.
Ibrahim Boubacar Keita anunciou a demissão na madrugada de quarta-feira, horas depois de ter sido afastado do poder num golpe liderado por militares, após meses de protestos e agitação social no país.
A ação dos militares já foi condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU), União Africana, CEDEAO e União Europeia (UE).
Portugal tem no Mali 74 militares integrados em missões da ONU e da UE.
Antigo primeiro-ministro (1994-2000), Ibrahim Boubacar Keita, 75 anos, foi eleito chefe de Estado em 2013, e renovou o mandato de cinco anos em 2018.
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