Ex-juiz Wilson Witzel, e a mulher dele, a advogada Helena Vitzel, estão entre os alvos da operação.
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A Polícia Federal (PF) brasileira desencadeou ao amanhecer desta terça-feira uma grande operação contra supostas fraudes praticadas no Rio de Janeiro em contratos para a construção de hospitais de campanha para combate ao Coronavírus e aquisição de equipamentos de ajuda a pacientes e de proteção a profissionais da saúde.
Entre os alvos da operação estão o governador do estado do Rio de Janeiro, o ex-juiz Wilson Witzel, e a mulher dele, a advogada Helena Vitzel.
Agentes da Polícia Federal enviados de Brasília, e não os lotados na Superintendência da corporação no Rio, invadiram pouco depois das 6 horas da manhã locais, 10 horas em Lisboa, o Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador, onde Witzel e a mulher estavam, o Palácio Guanabara, onde funciona parte do governo, ambos na zona sul do Rio, e a residência particular do casal, no Grajaú, zona norte da cidade. De todos esses endereços e de outros ligados a mais supostos envolvidos nas fraudes, os agentes retiraram inúmeros malotes com documentos, e apreenderam computadores e outros meios informáticos, mas não prenderam ninguém, pois a operação cumpre apenas mandados de busca e apreensão, não tendo sido exarados mandados de captura.
De acordo com o pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou a operação, há fortes indícios do envolvimento da cúpula do executivo fluminense, comandado desde Janeiro de 2019 por Witzel, com os empresários acusados pelas fraudes. Um deles, Mário Peixoto, que o MPF diz ter ligações estreitas com o escritório de advocacia de Helena Witzel, mulher do governador, já tem relações suspeitas com o estado fluminense desde os tempos do governo de Sérgio Cabral Filho, preso e condenado a mais de 200 anos por corrupção no âmbito da Lava Jato.
Outro alvo principal da operação desta terça da PF é a Organização Social IABAS, a quem o governo do Rio de Janeiro adjudicou a construção de emergência de sete hospitais de campanha para combate ao Coronavírus, que no estado fluminense já matou mais de quatro mil pessoas. Dos sete hospitais adjudicados, que deveriam ter sido inaugurados em final de Abril passado a um custo de 144 milhões de euros, até hoje só um está a funcionar, o erguido no Estádio do Maracanã, mesmo assim com muito menos camas do que o estabelecido e enfrentando denúncias diárias de funcionários de que faltam respiradores, medicamentos básicos e essenciais e equipamentos de proteção individual.
As denúncias de fraude nos contratos envolvendo os hospitais de campanha e a aquisição de equipamentos, como respiradores, essenciais para salvar vidas de doentes com Coronavírus em estado grave, já ocorrem há algumas semanas, e várias pessoas estão presas, entre elas um sub-secretário de Saúde do Rio. Mas agora as suspeitas atingem em cheio o próprio governador, desafeto de Jair Bolsonaro e a quem o presidente da República, no seu estranho linguajar, chamou há dias de "estrume".
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