A edição de hoje
Chefe da ONU apontou em particular a incerteza mundial provocada pelas taxas alfandegárias decididas por Donald Trump e as tensões que desencadearam.
Os mecanismos que regem o comércio internacional estão sob ameaça de "descarrilamento" em contexto de conflitos comerciais, considerou esta quarta-feira, em Genebra, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Por outro lado, o dirigente da ONU acentuou que estava também preocupado com uma divida global crescente e a falta de redes de segurança financeira internacionais.
"A dívida mundial explodiu, a pobreza e a fome persistem. A arquitetura financeira internacional não fornece uma rede de segurança adequada aos países em desenvolvimento. E o sistema comerciai fundado sobre regras arrisca descarrilar", alertou Guterres, ao falar durante a 16.ª Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED, UNCTAD, na sigla em Inglês).
O chefe da ONU apontou em particular a incerteza mundial provocada pelas taxas alfandegárias decididas por Donald Trump e as tensões que desencadearam.
"As barreias comerciais multiplicam-se, alguns dos países menos avançados estão confrontados com taxas alfandegárias exorbitantes de 40%, quando representam menos de um por cento dos fluxos comerciais mundiais", acrescentou.
Por outro lado, a ajuda ao desenvolvimento está a baixar, o que agrava as ameaças sobre os Estados mais frágeis.
Guterres contrapôs em particular os investimentos em Defesa aos relativos ao bem-estar das populações: "Investimos cada vez mais na morte em vez de na prosperidade das populações".
E "as divisões geopolíticas, as desigualdades, a crise climática e os conflitos novos e prolongados repercutem-se na economia mundial", apontou.
Perante estes perigos, Guterres identificou quatro eixos prioritários nos quais a comunidade internacional deve agir para proteger os mais fracos: um sistema mundial de comércio e investimento justo, o financiamento dos países em desenvolvimento, a tecnologia e inovação para estimular a economia e o alinhamento das políticas comerciais sobre os objetivos climáticos.
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