A edição de hoje
Robert Rhodes alegou legítima defesa e foi absolvido do crime em 2017. Oito anos depois nova provas apresentadas pelo filho levaram a uma reviravolta no caso.
Um homem foi considerado culpado pelo assassinato da mulher oito anos depois de ter sido absolvido do crime por um tribunal do Reino Unido. Esta nova condenação surgiu depois de um depoimento do filho do casal, determinante para esta nova acusação, relata a BBC.
Robert Rhodes esfaqueou a mulher Dawn no pescoço, na cozinha da casa de ambos em Surrey, no Reino Unido, a 2 de junho de 2016. Mas foi absolvido da acusação de homicídio em 2017, após alegar legítima defesa.
Agora, novos dados levaram a uma reviravolta no caso. Isto porque o filho do casal, na altura com 10 anos, terá confessado durante uma sessão de terapia que o pai o coagiu a ajudá-lo num plano para matar a mãe. Foi o próprio terapeuta que denunciou o caso à polícia, que a partir daí começou uma investigação que levou agora a este desfecho.
No dia do crime, Rhodes pediu ao filho que o esfaqueasse nas costas, no ombro, antes de cortar o próprio braço da criança, para assim tentar provar a legítima defesa.
Rhodes, de 52 anos, que negou ter planeado matar a mulher, também foi considerado culpado de crueldade infantil, obstrução à justiça, de duas acusações de perjúrio, e vai conhecer a pena no próximo ano.
A juíza Naomi Ellenbogen classificou o caso como "difícil e perturbador".
"As novas provas apresentadas pela criança testemunha foram profundamente chocantes e mostraram o quão meticulosamente Robert Rhodes planeou o assassinato da sua esposa. Graças à imensa coragem da criança em se apresentar para explicar exatamente o que aconteceu naquela noite, Robert Rhodes finalmente foi levado à justiça pelo assassinato de Dawn, algo que ele erradamente pensou que poderia passar impune", disse o procurador Libby Clark.
"Nenhum de nós consegue sequer imaginar o que Rhodes fez a criança passar ao longo de muitos anos. Agora, porém, graças aos seus depoimentos, a mãe poderá ser lembrada por todos da maneira correta: como vítima do seu parceiro violento", acrescentou.
As regras contra a dupla incriminação permitem que no Reino Unido casos em que uma pessoa já foi absolvida sejam julgados novamente em circunstâncias excecionais, quando novas e convincentes provas surgirem, como foi o caso.
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