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Idosa morre em hospital no Brasil enquanto médica que devia prestar assistência era espancada

Pai e filha agrediram profissional de saúde por não terem sido atendidos primeiro.

17 de julho de 2023 às 18:07

Uma idosa de 82 anos que estava internada na ala vermelha (alto risco) do Hospital Municipal Francisco da Silva Teles, no Irajá, na cidade brasileira do Rio de janeiro, morreu, na madrugada deste domingo, por falta de assistência, porque a única médica daquela unidade hospitalar estava dominada no chão e a ser espancada por duas pessoas, pai e filha, que exigiam ser atendidas primeiro.

Mesmo com os apelos do enfermeiro que percebeu que a idosa estava a ter uma paragem cardiorrespiratória e precisava de ser atendida com urgência para não morrer, André Luiz Nascimento Soares e a filha, Samara Kiffini Nascimento Soares, continuaram a manter a médica no chão da sala e a agredi-la com socos e pontapés.

A idosa não resistiu e morreu, enquanto a fúria de pai e filha parecia não ter fim. Além da médica Sandra Lúcia, que ficou muito ferida e teve de levar diversos pontos na boca, atingiram enfermeiros e outros funcionários da unidade hospitalar, até com cadeiras.

Antes da polícia chegar, e, de acordo com testemunhas, foi preciso ligar várias vezes e esperar muito para que finalmente aparecesse um carro da polícia, André Luiz e Samara destruíram equipamentos médicos, móveis, portas e tudo o que encontraram à frente, conforme consta nos relatos feitos posteriormente na esquadra.

Quando a confusão começou, as pessoas que estavam à espera de atendimento fugiram como puderam para a rua, e até funcionários do hospital, que temiam pelas próprias vidas esconderam-se onde conseguiram, já que a fúria do pai e filha era assustadora e eles insinuavam estar armados.

Só um enfermeiro foi em socorro da médica imobilizada no chão, mas teve muita dificuldade para tirá-la das mãos dos agressores.

Sandra Lúcia era a única médica presente naquele momento no hospital, pois o outro médico que deveria dividir o turno com ela faltou. Dividindo-se como podia para atender tanto os doentes internados nos quatro andares do Hospital do Irajá quanto os que não paravam de chegar às urgências, a médica e a sua equipa estabeleceram um critério de prioridades de acordo com a gravidade dos casos.

Foi quando André Luiz, que apresentava um pequeno corte num dos dedos da mão esquerda, chegou ao hospital com Samara e ficou furioso por não ser imediatamente atendido.

O homem e a filha foram presos e o inspetor, Geovan Omena, não atendeu aos argumentos dos dois indivíduos e advogados de que tudo não tinha passado de um equívoco e um momento de nervosismo.

André Luiz e Samara estão acusados de tentativa de homicídio, por terem sido informados da gravidade do estado da idosa e não permitiram que ela fosse atendida primeiro. Na acusação também consta lesão corporal, desacato e dano ao património.

"Eles provocaram o caos no hospital, eles partiram o hospital todo. Os outros doentes e o pessoal da Saúde ficaram desesperados. Tivemos uma doente que morreu em consequência da conduta deles (André Luiz e Samara). Eles invadiram a sala encarnada, sabiam que havia lá um paciente em estado grave e não se importaram", detalhou Geovan Omena, sem conseguir esconder a indignação com a violência de pai e filha num ambiente hospitalar.

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