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Imigração bate novo recorde em Espanha

Quase 800 pessoas morreram a atravessar o Mediterrâneo rumo à costa espanhola.

03 de janeiro de 2019 às 01:30

O ano 2018 registou um número recorde de chegadas de imigrantes e refugiados por via marítima a Espanha, confirmado que a costa espanhola se tornou na principal porta de entrada de migrantes na Europa. O ano que passou bateu ainda outro recorde, este mais trágico: foi o ano em que morreram mais pessoas no mar a tentar chegar a Espanha.

De acordo com os dados da Organização Internacional para as Migrações, um total de 57 250 migrantes chegaram a Espanha por via marítima entre 1 de janeiro e 26 de dezembro de 2018, uma subida substancial face às 22 414 chegadas do ano anterior e às 8162 de 2016.

No mesmo período, pelo menos 769 pessoas morreram afogadas ou desapareceram no Mediterrâneo Oriental, batendo o anterior recorde de fatalidades fixado em 2016 com 630 mortos ou desaparecidos.

Os números confirmam que Espanha se tornou em 2018 na principal porta de entrada de imigrantes e refugiados na Europa, mais do que duplicando o número de chegadas registado no mesmo período em Itália e na Grécia, que durante anos foram os países que receberam mais imigrantes por via marítima.

O fecho dos portos de Itália e Malta aos navios humanitários que resgatam imigrantes no Mediterrâneo, bem como o acordo entre a UE e a Turquia para estancar o fluxo migratório rumo à Europa Central ajudam a explicar esta mudança.

O perfil dos migrantes também mudou. Se no auge da crise migratória de 2015 eram, na sua maioria, provenientes da Síria e Afeganistão, os migrantes que este ano chegaram a Espanha são, na sua maior parte, oriundos do Magrebe e da África Subsaariana, principalmente da Guiné Equatorial e do Mali.

A tendência parece ser para manter em 2019: só nas primeiras horas deste novo ano foram resgatados 111 migrantes de três embarcações ao largo das costas espanholas.

PORMENORES 

À beira do colapso

O aumento significativo do número de chegadas durante o Verão deixou à beira do colapso os centros de acolhimento de migrantes na região da Andaluzia, com centenas de refugiados, muitos deles menores, obrigados a dormir na rua ou em acampamentos improvisados junto a portos e esquadras.

Longe da imigração legal

Apesar de significativos, os números de migrantes e refugiados ficam aquém da imigração legal. No ano que passou, por exemplo, Espanha acolheu mais de 60 000 imigrantes provenientes da Venezuela.

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