Vacinação em BCG explica registo de menos mortes com epidemia. Foi criada a partir de bacilo de tuberculose bovina.
Alguns leem nos números e outros percebem na imunologia. É este acumular de sinais que desperta interesse pela uso da vacina BCG, antibacteriológica, no combate a um vírus. A búlgara Lyubima Despotova, presidente da Sociedade para os Cuidados Paliativos do seu país, observou, em entrevista divulgada pela TSF, que a vacinação BCG, mais generalizada nos países da Europa de Leste e em Portugal, explica o registo de menos mortes com a epidemia.Avanços da investigação
Para investigadores como Laurent Lagrost, do Inserm de Dijon, o segredo está na BCG ter um sistema imunitário inato e memória capaz de responder de forma proporcional ao coronavírus. O problema atual é que o sistema imunitário humano reage ao SARS-CoV-2 com "resposta inflamatória" muito forte. E é esta que mata. A imunidade BCG motiva ensaios clínicos por todo o Mundo.
O maior ocorre na Austrália por iniciativa do Instituto Murdoch, de Melbourne, e envolve 4 mil enfermeiros e médicos. A esperança em bons resultados assenta nas propriedades anti-infeciosas da vacina que até é utilizada contra reincidências do cancro da bexiga. A BCG foi criada a partir de bacilo da tuberculose bovina e aplicada, desde 1920, em 3 mil milhões de doses.
Avanços da investigação
A búlgara Lyubima Despotova, presidente de uma sociedade médica do seu país, destaca que os efeitos da BCG se veem na Alemanha: a antiga RDA comunista, com mais vacinação, conta três vezes menos casos do que a parte RFA.
A BCG é preparada a partir de uma espécie de bacilo de tuberculose bovina, seguindo a inspiração do primeiro criador de vacinas, o inglês Edward Jenner. Ele usou a varíola das vacas para inocular o vírus e tratar doentes de varíola.
A pneumologista Florence Ader, responsável por um ensaio clínico com 123 doentes, no projeto Discovery, considera que os testados devem ser doentes hospitalizados em estado grave e a aplicação dos cinco tratamentos feita por sorteio.
SARS-CoV-2 na água
A ‘The Lancet’ noticia casos de presença de coronavírus em água na Holanda: o 1º ocorreu nas águas sujas das casas de banho do aeroporto Schiphol, Amesterdão, e o 2º em esgotos deTilburg, onde se registou a 1ª infeção no país.
"A auto-vigilância é agora mais importante"
Há quem esteja a evitar consultas de rotina e exames, inclusivamente idosos e doentes crónicos, por ter medo de apanhar o novo coronavírus. Pedro Lobo do Vale, médico de família, explica ao CM quais as consultas que podem realmente ser adiadas.
CM - Dada a pandemia de Covid-19, outras doenças estão a ficar por tratar. O que é que pode realmente ser adiado?
- Se a pessoa se sentir doente, com sintomas que não tinha, tem mesmo de ir ao médico. No entanto, poderá nem sequer ter de sair de casa. A grande maioria dos médicos está, neste momento, a fazer teleconsultas, a atender pelo telefone, por exemplo. Já nem sequer é preciso ter acesso ao sistema. Atualmente basta um telemóvel para passar uma receita. Mas se a pessoa se sentir bem, não há qualquer problema em adiar as consultas ou os exames de rotina.
- E os doentes crónicos?
- Preocupam-me os diabéticos, os que têm colesterol alto, os que são hipertensos ou que têm algum tipo de doença cardiovascular, porque estes efetivamente precisam de estar controlados. Neste contexto, a autovigilância vai ser mais importante do que nunca. O que têm de fazer é continuar a fazer a medicação tal como antes, para manterem a sua doença controlada. E não é necessário açambarcar medicamentos pois, se precisarem, os médicos estão disponíveis para passarem receitas por via eletrónica.
-As pessoas temeram pela falta de medicamentos...
-Mas não se prevê rutura de stocks, seja de que tipo de medicamento for. E se fosse o caso, o Governo teria de tomar as devidas diligências. Devem é manter a sua doença vigiada e seguir todas as indicações que estão a ser dadas pelas autoridades de Saúde.
O MEU CASO Eduardo Paiva, agricultor "Os frescos não podem esperar"
Eduardo Paiva, proprietário da Agropaiva, empresa agrícola da zona do Oeste, em Valado de Frades, viu o negócio andar para trás com a pandemia do novo coronavírus. De um dia para o outro, alhos-franceses, couves, brócolos e outros ingredientes tão importantes à mesa dos portugueses sofreram uma acentuada quebra na distribuição ao consumidor.
"Os frescos não podem esperar e com o fecho de tantos restaurantes e supermercados não tem sido fácil fazer o escoamento da produção", confessa o produtor.
No início da atual crise sanitária, até a exportação "ficou praticamente parada", mas agora as coisas dão sinais de melhorar. "Está a chegar a época do alho e a exportação é a nossa esperança. Pelo menos é o que se ouve dizer por aí: que as coisas vão começar a animar", espera.
Até lá, resta-lhe ser um dos poucos que andam na rua em Valado de Frades. "Tem de ser... A agricultura não pára, e as pessoas também precisam de ter comida na mesa", reconhece. O problema é quando alguma das máquinas avaria. "Estamos dependentes de peças que só podem vir do estrangeiro. Antes, quando havia uma avaria, uma peça demorava três a cinco dias a vir, agora nunca demora menos de 15. Isso é um problema grande quando é preciso continuar a trabalhar", refere o agricultor, pai de três filhos.
"A somar a tudo, ainda há a preocupação dos miúdos, que nem se sabe como é que vão acabar o ano letivo. Enfim... tem de ser um dia de cada vez e estarmos prontos para tudo", remata.
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