Fogo em central elétrica em Heathrow congestiona tráfego. Mais de 20 voos cancelados a partir de Lisboa.
Imagens mostram chamas descontroladas no aeroporto de Londres
O aeroporto de Lisboa cancelou mais de 20 partidas e chegadas de voos de e para o aeroporto londrino de Heathrow previstas para esta sexta-feira, de acordo com o portal da operadora do aeroporto na Internet.
Heathrow, o maior aeroporto da Europa em termos de tráfego de passageiros, vai estar encerrado durante esta sexta-feira devido a uma falha de energia após um incêndio numa subestação elétrica.
A eletricidade foi restabelecida no aeroporto de Heathrow, anunciou a organização National Grid, responsável pela rede elétrica no Reino Unido. O aeroporto informou ainda que os voos já foram retomados e espera-se que a circulação aérea esteja normalizada no sábado.
"A rede foi reconfigurada para restabelecer todos os clientes afetados, incluindo a capacidade de reabastecer as partes do aeroporto de Heathrow" afetadas pelo incêndio na subestação elétrica de North Hyde", referiu um representante da National Grid, em comunicado.
No entanto, vincou que "esta é uma solução provisória enquanto realizamos mais intervenções em North Hyde para que a subestação e a nossa rede voltem a funcionar normalmente".
Pelo menos 1.350 voos de e para Heathrow já foram afetados, incluindo vários voos de cidades dos Estados Unidos que foram cancelados, informou o serviço de rastreamento de voos FlightRadar 24.
Alguns voos que já estavam no ar foram desviados para o Aeroporto de Gatwick, também em Londres, o Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e o Aeroporto de Shannon, na Irlanda.
Num comunicado divulgado nas redes sociais, a Heathrow Airport Holdings recomendou que os passageiros não se desloquem para o aeroporto e aconselhou-os a contactarem a companhia aérea para obterem mais informações.
"Esperamos interrupções significativas nos próximos dias", admitiu a operadora.
A companhia ferroviária britânica National Rail cancelou todos os comboios de e para o aeroporto.
O Corpo de Bombeiros de Londres informou que um transformador dentro de uma subestação elétrica em Hayes, no oeste de Londres, esteve em chamas, e mobilizou uma dúzia de equipas e cerca de 70 bombeiros "que estão atualmente a combater o incêndio".
O vice-comissário Pat Goulbourne explicou que o incêndio "causou uma falha de energia que afetou um grande número de casas e empresas locais" e que estão a "trabalhar em estreita colaboração com parceiros para minimizar os incómodos".
Segundo a imprensa local, a polícia retirou 29 pessoas de habitações situadas junto à subestação e, como medida de precaução, estabeleceu um perímetro de segurança de 200 metros, resultando na retirada de mais 150 pessoas.
Devido à quantidade de fumo, os moradores foram aconselhados a manter as janelas e portas fechadas.
"Este é um incidente altamente visível e significativo, e os nossos bombeiros estão a trabalhar incansavelmente em condições desafiantes para controlar o incêndio o mais rapidamente possível", disse Goulbourne, antes de salientar que a causa do incêndio ainda é desconhecida.
A elétrica Scottish and Southern Electricity Networks disse na rede social X que a falha de energia afetou mais de 16.300 casas.
Ministro britânico descreve o incêndio como catastrófico mas afasta hipótese de mão criminosa
O incêndio numa subestação perto do aeroporto de Heathrow foi descrito como “catastrófico” pelo Ministro da Energia britânico, que afastou a hipótese de mão criminosa.
Informou também que o gerador de reserva do aeroporto também tinha sido afetado pelo incêndio. Segundo o ministro, existe um outro sistema de reserva que a National Grid está a tentar utilizar para restabelecer a energia.
Associação de transporte aéreo critica "falhas de organização" no aeroporto de Heahrow
O diretor-geral da Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), Willie Walsh, criticou esta sexta-feira as "falhas de organização" do aeroporto londrino de Heathrow, encerrado devido a um incêndio que provocou cortes de eletricidade.
"Como é que uma infraestrutura estratégica depende completamente de uma única fonte de eletricidade, sem alternativa? Se for esse o caso, como parece ser, trata-se de uma clara falha de organização por parte do aeroporto", afirmou o antigo diretor da British Airways na rede social X, acrescentando que o incidente "levanta sérias questões".
"Precisamos de encontrar uma distribuição mais justa dos custos da assistência aos passageiros, em vez de serem apenas as companhias aéreas a pagar a fatura quando as infraestruturas falham", continuou o diretor-geral da IATA, que representa mais de 260 companhias aéreas de todo o mundo.
"Enquanto isso não acontecer, Heathrow terá poucos incentivos para melhorar", salientou o representante.
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