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Irão nega detenção de atleta de escalada que competiu sem véu

Gesto da atleta foi visto como uma demonstração de apoio às mulheres iranianas que protestam há um mês contra a obrigatoriedade do uso do hijabe.

18 de outubro de 2022 às 11:15

O Governo de Teerão negou esta terça-feira que a atleta iraniana Elnaz Rekabi tenha sido detida e obrigada a regressar ao Irão, após ter participado no campeonato asiático de escalada sem véu, na Coreia do Sul.

Após usar um hijabe, o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros, nas primeiras eliminatórias do campeonato, Rekabi, de 33 anos, competiu de cabelo solto na final, que decorreu no domingo, na capital sul-coreana, Seul, tendo conquistado a medalha de bronze.

O gesto da atleta foi visto como uma demonstração de apoio às mulheres iranianas que protestam há um mês contra a obrigatoriedade do uso do hijabe após a morte de Mahsa Amini.

A jovem curda de 23 anos morreu três dias após ter sido detida pela polícia da moralidade em Teerão por ter infringido o estrito código sobre o uso de vestuário feminino previsto nas leis da República islâmica, em particular o uso do véu.

Elnaz Rekabi deixou Seul num voo com destino a Teerão na manhã de terça-feira, disse a Embaixada do Irão na Coreia do Sul, na rede social Twitter.

O serviço da BBC em farsi disse que as autoridades iranianas tinham confiscado o telemóvel e o passaporte de Rekabi, citando fontes não identificadas.

Também citando fontes não identificadas, o portal noticioso IranWire, fundado pelo jornalista iraniano-canadiano Maziar Bahari, disse que à chegada a atleta iria ser transferida de imediato para a prisão de Evin, onde são encarcerados presos políticos.

A Embaixada do Irão em Seul negou esta terça-feira o que chamou de "notícias falsas e desinformações" sobre a partida de Rekabi, tendo publicado uma imagem da atleta usando um véu, numa competição anterior, em Moscovo.

Segundo o grupo iraniano Iran Human Rights, sediado em Oslo, 122 pessoas foram mortas durante a repressão das manifestações.

Na passada sexta-feira, a Amnistia Internacional lamentou a morte de pelo menos 23 crianças "mortas pelas forças de segurança iranianas".

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