Aviso solicitado pelo Estado angolano foi efetuado em 2022.
A empresária angolana Isabel dos Santos vai contestar o "alerta vermelho" da Interpol, solicitado pelo Estado angolano, por se basear em "informações falsas", revelou esta quarta-feira o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).
O ICIJ divulgou esta quarta-feira uma investigação sobre os bens imobiliários que Isabel dos Santos, a sua mãe e um antigo associado do seu marido Sindika Dokolo (já falecido) detêm no Dubai, que descrevem como um "porto seguro" para fortunas ilícitas de políticos e cidadãos a braços com a justiça.
Em resposta ao consórcio de jornalistas sobre as propriedades que detém naquele estado dos Emirados Árabes Unidos, a filha do antigo presidente José Eduardo dos Santos afirma que pretende contestar o pedido da Interpol porque foi emitido com base em "informações falsas" pelas autoridades angolanas.
O "alerta vermelho" (red notice) de que Isabel dos Santos foi alvo em 2022 é um "pedido de aplicação da lei em todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa enquanto se aguarda a extradição, rendição ou ação legal semelhante", segundo a Interpol.
Isabel dos Santos afirmou, num email, ter adquirido o seu apartamento Sadaf para "uso pessoal" com dinheiro que ganhou nas suas empresas e com aparições públicas e acrescentou que o Presidente João Loureço e as autoridades angolanas "têm uma agenda de motivação política" contra a família Dos Santos.
"Eles fabricam provas falsas e não permitem que os tribunais sejam imparciais e independentes", escreveu a empresária.
A justiça angolana tem rejeitado as acusações e garantiu usar todos os meios possíveis e ativar os mecanismos internacionais para trazer Isabel dos Santos de volta a Angola, que deixou em 2017, quando o sucessor do seu pai subiu ao poder.
A nova investigação do ICIJ, Dubai Unlocked (Dubai desbloqueado), revela como têm sido adotadas políticas que ajudaram a transformar o Dubai num porto seguro para supostos criminosos e políticos corruptos, ao mesmo tempo que os Emirados Árabes Unidos (EAU) se tentam livrar da reputação de destino preferencial para lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, depois de serem retirados da "lista cinzenta" do Grupo de Ação Financeira (GAFI), entidade financeira intergovernamental.
Os dados recolhidos pelo ICIJ revelam que Isabel dos Santos e sua mãe, Tatiana "Kukanova" Regan, são coproprietárias de um apartamento num prédio chamado Sadaf, avaliado esta quarta-feira em mais de 570 mil dólares.
Os registos imobiliários do Dubai contêm também informações sobre Konema Mwenenge, parceiro de negócios do falecido marido da empresária, Sindika Dokolo, e empresas às quais está associado.
Isabel dos Santos publica com regularidades nas suas redes sociais fotos e vídeos mostrando-se em restaurantes e festas no Dubai, apesar dos processos judiciais contra si em Angola, Portugal, no Reino Unido e nos Países Baixos.
Os EAU não têm quaisquer acordos relacionados com Angola, nem têm um tratado de extradição com o país, segundo o ICIJ.
No início deste ano, a justiça angolana acusou Isabel dos Santos de 12 crimes e de causar um prejuízo de 219 milhões de dólares durante o período em que liderou a petrolífera estatal, Sonangol.
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