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Itália acorda em greve geral e com manifestações contra Israel

Em Roma, Milão e noutras cidades transalpinas fizeram-se sentir perturbações e atrasos nos transportes e no trânsito rodoviário.

03 de outubro de 2025 às 11:38

Uma greve geral organizada por sindicatos para protestar contra a interceção israelita da flotilha humanitária "Global Sumud" está esta sexta-feira a perturbar os transportes nas principais cidades italianas.

Pelo segundo dia consecutivo, uma multidão de cerca de 10 mil pessoas concentrou-se junto ao Coliseu de Roma após reunião na estação de transportes de Termini, onde os comboios foram cancelados ou sofreram atrasos de até mais de uma hora.

"Não há lugares vazios. Isto demonstra a humanidade e a determinação das pessoas honestas que querem pôr fim ao genocídio e veem que os governos e os estados fingem não ver ou são mesmo cúmplices com o que se está a passar em Gaza", disse o dirigente do sindicato CGIL, Maurizio Landini, em declarações à Radio Anch'io.

Em Milão e noutras cidades transalpinas, também se fizeram sentir perturbações e atrasos nos transportes e no trânsito rodoviário. A companhia de caminhos-de-ferro Trenitalia avisou que os efeitos da greve se farão sentir até às 20h59 de hoje.

O vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, também com a pasta dos Transportes, declarou que "hoje, um milhão de italianos vai ficar parado nos comboios".

Na quinta-feira, manifestantes pró-palestinianos concentraram-se junto ao Museu de Design de Lisboa (Mude), onde decorria uma debate televisivo autárquico, e à embaixada de Israel, em Lisboa, enquanto no Porto, mais de um milhar de pessoas se reuniu contra a detenção pelas forças israelitas de quatro cidadãos portugueses que participaram na flotilha internacional que se propôs levar ajuda humanitária a Gaza.

Entre os participantes na missão humanitária entretanto detidos encontram-se a deputada e líder bloquista, a atriz Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte, bem como Diogo Chaves, cujo nome só quinta-feira foi confirmado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Também foram detidos 30 espanhóis, 22 italianos, 21 turcos, 12 malaios, 11 tunisinos, 11 brasileiros e 10 franceses, bem como cidadãos dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, México e Colômbia, entre muitos outros.

De acordo com a lei israelita, uma vez detidos, os membros da flotilha podem ser deportados 72 horas após a emissão da ordem. Podem também aceitar a expulsão voluntariamente, como aconteceu com quatro dos 12 ativistas a bordo de uma embarcação intercetada por Israel em junho.

Israel iniciou em 16 de setembro uma grande ofensiva terrestre contra a cidade de Gaza, justificando-a para eliminar o último 'bastião' do grupo islamista palestiniano Hamas, autor do ataque que vitimou cerca de 1.200 pessoas em Israel em 2023.

A invasão militar levou à deslocação forçada para o sul da Faixa de Gaza de mais de um milhão de pessoas e resultou em dezenas de mortos diariamente naquela cidade, muitos deles civis, num conflito que já matou mais de 66 mil palestinianos, incluindo mulheres e crianças, de acordo com os números do Hamas.

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