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Jornalista da Al Jazeera libertado no Egito após mais de 4 anos preso sem acusação

Estava em prisão preventiva desde dezembro de 2016 sob suspeita de "espalhar informações falsas". 

06 de fevereiro de 2021 às 18:21

O Egito libertou Mahmoud Hussein, jornalista do canal de televisão Al-Jazeera, que estava em prisão preventiva desde dezembro de 2016 sob suspeita de "espalhar informações falsas". 

O jornalista egípcio foi libertado este sábado. Em um comunicado, Mostefa Souag, diretor geral interino da estação de televisão do Qatar, disse que a libertação de Hussein foi "um momento de verdade e um marco inspirador para a liberdade de imprensa". O jornalista foi libertado sem acusação e sem julgamento.

"A Al Jazeera Media Network dá as boas-vindas à notícia da liberdade de Mahmoud e acredita que nenhum jornalista deve ser submetido ao que Mahmoud tem sofrido nos últimos quatro anos apenas por exercer sua profissão", apontou a estação.

No sábado, a filha de Hussein, Az-Zahraa, escreveu nas redes sociais agradencendo pela libertação do pai que já está em casa.

Pai de nove filhos com longa carreira em reportagem para canais de notícias em língua árabe

Mahmoud Hussein tem nove filhos e conta já com uma longa carreira em reportagens para canais de notícias em língua árabe. Após anos de trabalho freelance com a Al Jazeera Arabic, Hussein passou a integrar os quadros do Al-Jazeera a tempo inteiro em 2010, primeiro no Cairo, posteriormente em Doha.

Foi preso no Cairo no dia 23 de dezembro de 2016 quando visitava a família nas férias. Após a detenção, passou por um interrogatório por mais de 15 horas sem a presença de um advogado até ser libertado e preso novamente dias depois.

O Ministério do Interior do Egito acusou-o de "disseminar notícias falsas e receber fundos monetários de autoridades estrangeiras para difamar a reputação do estado", porém, nenhuma acusação foi formalmente feita. Hussein e Al Jazeera negaram consistentemente as acusações e o canal lançou uma campanha mundial para libertar o jornalista.

Hussein viu a sua detenção prorrogada uma dúzia de vezes, mesmo sendo isso uma violação tanto da lei egípcia quanto internacional, visto que excedeu em muito o período máximo do país para prisão preventiva.

De acordo com o canal televisivo árabe, Hussein foi vítima de agressões físicas e psicológicas e durante longos períodos de tempo esteve em confinamento solitário. 

Em janeiro de 2018, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária concluiu que as condições da prisão de Hussein equivaliam a "tratamento cruel, desumano e degradante".

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