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Justiça italiana extradita para a Alemanha ucraniano acusado de sabotar gasoduto Nord Stream

Kuznietsov, de 49 anos, foi detido num apartamento de férias no norte de Itália, quando passava férias com a família, em cumprimento de um mandado de detenção europeu.

20 de novembro de 2025 às 00:05

O Supremo Tribunal de Itália confirmou esta quarta-feira a extradição para a Alemanha do ex-oficial militar ucraniano Sherii Kuznietsov, detido numa prisão italiana e acusado de participar na sabotagem do gasoduto Nord Stream em 2022.

Kuznietsov, atualmente detido numa prisão de segurança máxima no norte de Itália desde a sua detenção, em 21 de agosto, será entregue às autoridades alemãs "dentro de alguns dias", segundo o seu advogado, Nicola Canestrini.

"Embora a desilusão seja grande, estamos confiantes na sua absolvição no julgamento na Alemanha", acrescentou o advogado, citado pela agência Efe.

Kuznietsov, de 49 anos, foi detido num apartamento de férias perto da cidade de Rimini, no norte de Itália, quando passava férias com a família, em cumprimento de um mandado de detenção europeu emitido pelo Tribunal Federal da Alemanha.

As autoridades alemãs acusam este ex-militar de fazer parte de um grupo que, em setembro de 2022, detonou os gasodutos Nord Stream 1 e 2 no fundo do mar Báltico, uma ação enquadrada no contexto da guerra que se seguiu à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Desde então, o ex-soldado ucraniano estava detido numa prisão de segurança máxima e, embora tenha iniciado uma greve de fome no início do mês, acabou com ela doze dias depois.

Esta foi a segunda vez que o Supremo Tribunal se pronunciou sobre o caso, uma vez que em outubro anulou a decisão de 16 de setembro do Tribunal de Recurso de Bolonha (norte) que tinha determinado a sua extradição para a Alemanha.

Em 27 de outubro, o tribunal de Bolonha reiterou a sua ordem de extradição, mas a equipa de defesa do ucraniano recorreu para o Supremo Tribunal, que a rejeitou esta quarta-feira definitivamente.

Em 26 de setembro de 2022, quatro grandes fugas de gás, precedidas por explosões subaquáticas, ocorreram com poucas horas de diferença nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que ligam a Rússia à Alemanha e transportam a maior parte do gás russo para a Europa.

Nessa altura, a Rússia tinha interrompido o fornecimento de gás através do Nord Stream 1, no contexto de um braço-de-ferro com os países europeus aliados da Ucrânia.

Quanto ao gasoduto gémeo, o Nord Stream 2, há anos um pomo de discórdia entre Berlim e Washington, nunca chegou a entrar em funcionamento.

Após a sabotagem, foram abertas investigações judiciais pela Alemanha, a Suécia e a Dinamarca e estas foram arquivadas nos dois países escandinavos em 2024.

A investigação alemã permitiu identificar uma célula ucraniana composta por cinco homens e uma mulher como estando na origem das explosões do gasoduto.

A justiça polaca recusou, em outubro, entregar à Alemanha outro cidadão ucraniano suspeito de participação na sabotagem de 2022.

Detido a 30 de setembro nos subúrbios da capital polaca, o mergulhador de formação, Volodymyr Zhuravliov, é também procurado por Berlim com base num mandado de captura europeu.

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