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Kennedy Jr. determina que 'site' governamental associe vacinas ao autismo

Decisão do secretário da Saúde norte-americano é a mais recente de uma longa lista de medidas do Governo norte-americano para desencorajar a vacinação.

22 de novembro de 2025 às 00:17

O secretário da Saúde norte-americano, Robert F. Kennedy Jr., revelou esta sexta-feira que instruiu os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) a modificar o seu 'site' para associar vacinas a casos de autismo.

Embora Kennedy Jr. tenha esclarecido que não afirma que as vacinas causam autismo, considera que não existem provas suficientes para descartar tal ligação.

No entanto, as modificações feitas no 'site' da agência apresentam a imunização e o autismo como conceitos intimamente relacionados.

Os CDC, agência que está sob a direção de um conselheiro do secretário da Saúde, atualizou o seu 'site' na quarta-feira para enfatizar que a afirmação de que as vacinas "não causam autismo" não se baseia em provas científicas.

Acrescentou ainda afirmações como a de que os estudos científicos "não descartaram a possibilidade de as vacinas infantis causarem autismo" e que os CDC não associam a imunização ao autismo "para evitar a hesitação vacinal".

Os CDC acrescentaram que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) está a analisar as causas do autismo e a investigar possíveis ligações causais com as vacinas.

A decisão de Kennedy Jr. é a mais recente de uma longa lista de medidas do Governo norte-americano para desencorajar a vacinação.

Em agosto, o Governo liderado pelo republicano Donald Trump nomeou Jim O'Neill, um alto funcionário próximo de Kennedy Jr., como diretor interino da agência governamental após a demissão de Susan Monarez, que alegou ter sido demitida por se opor aos pedidos do secretário de Saúde.

Além disso, a eficácia de algumas vacinas tem sido questionada por responsáveis norte-americanos, incluindo o Presidente Donald Trump, que lançou dúvidas em setembro sobre o sucesso das vacinas contra a covid-19, ao exigir que as empresas farmacêuticas divulgassem as suas taxas de sucesso.

O Estado da Florida, governado pelo republicano Ron DeSantis, anunciou em setembro planos para terminar a vacinação obrigatória, uma decisão que os especialistas lamentaram, uma vez que poderia abrir caminho a doenças já erradicadas no país.

Em setembro, Donald Trump sugeriu que o aumento do autismo no país pode ter como causa o uso do analgésico paracetamol em grávidas e a vacinação, sem apresentar provas científicas.

Ladeado na altura por Robert F. Kennedy Jr., secretário da Saúde e um dos rostos do movimento antivacinas no país, Trump sugeriu a imposição de limites ao uso de paracetamol - mais conhecido nos Estados Unidos pela marca Tylenol - durante a gravidez, citando o medicamento como uma possível causa do autismo, apesar de esta ligação causal ter sido investigada e não estar comprovada, refere a agência AP.

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