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Líder da Roche defende medicamentos mais caros na Suíça

Proposta surge depois de a Casa Branca ter anunciado um acordo para reduzir o custo dos medicamentos com nove novas empresas.

21 de dezembro de 2025 às 17:11

O diretor-geral da gigante farmacêutica Roche, Thomas Schinecker, defendeu este domingo que o preço dos novos medicamentos deve ser mais elevado na Suíça, numa entrevista publicada em vários jornais do país.

"Recusar uma remuneração adequada por tratamentos que salvam vidas e permitem economias no sistema de saúde, apesar de uma riqueza mais elevada e de despesas mais baixas com medicamentos inovadores, colocaria automaticamente em risco o lançamento de novos tratamentos", argumentou o dirigente numa entrevista citada pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

A proposta do líder da Roche, uma das maiores farmacêuticas do mundo, surge depois de a Casa Branca ter anunciado um acordo para reduzir o custo dos medicamentos com nove novas empresas, incluindo a Genentech, a filial americana da Roche, há pouco meses.

Sem querer revelar os detalhes "confidenciais" do acordo, Schinecker afirmou que "o objetivo é que todos os países participem de forma mais equilibrada no financiamento do progresso médico e da inovação farmacêutica".

O governo norte-americano, acrescentou, "deseja que os preços dos medicamentos recentemente comercializados sejam, no futuro, harmonizados em oito países: Dinamarca, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Japão, Canadá e Suíça".

O novo acordo não se aplica aos medicamentos já no mercado, ressalvou.

A indústria farmacêutica representa 10% do PIB do país alpino e gera quatro mil milhões de francos, cerca de 4,2 mil milhões de euros, por ano em receitas fiscais.

A Suíça está entre os países mais afetados pelas medidas protecionistas do líder norte-americano, que decretou tarifas de 39%, apesar de os produtos farmacêuticos estarem isentos, ainda que Trump ameace regularmente taxar a importação de medicamentos.

No final de setembro e no início de outubro, foram anunciados acordos com três grandes laboratórios, a americana Pfizer, a sueco-britânica AstraZeneca e a alemã Merck, que previam uma redução nos preços de certos medicamentos em troca de uma isenção de direitos aduaneiros.

Na sexta-feira, nove novas empresas aderiram a este acordo: Sanofi, Merck, Novartis, Bristol Myers Squibb, GSK, Amgen, Gilead Sciences, Boehringer Ingelheim e Genentech, elevando o total de farmacêuticas para 14.

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