Ex-presidente brasileiro acredita que Lava Jato é controlada por interessados nas riquezas do Brasil.
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O ex-presidente brasileiro Lula da Silva, condenado em janeiro passado a 12 anos e um dia de prisão por corrupção, afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que poderosos interesses norte-americanos estão por trás da campanha contra ele, do processo que levou à destituição da também ex-presidente Dilma Rousseff e do esforço atual para tentar que ele seja preso.Para Lula, a operação anti-corrupção Lava Jato, que atingiu em cheio a ele e ao Partido dos Trabalhadores, é controlada por grandes conglomerados dos Estados Unidos, interessados nas riquezas do Brasil.
Segundo o antigo governante, o Brasil cresceu muito durante os governos por ele assumidos (2003-2006 e 2007-2010) e ganhou um protagonismo tão grande na América Latina que assustou os poderosos grupos económicos, que querem dominar os países através da via económica para se apossarem das suas riquezas.Como ele, acrescentou, adotou uma postura independente, não se submeteu e enfrentou até o FMI, esses grupos económicos, que não citou nominalmente, decidiram derrubar a sua sucessora e afilhada política, Dilma (destituída pelo Congresso Nacional brasileiro em 31 de agosto de 2016) e iniciaram a vaga de denúncias contra ele, para impedir que possa voltar ao poder nas presidenciais do próximo mês de outubro, cuja corrida lidera com larga vantagem.
Uma "prova" da interferência e influência dos grandes cartéis empresariais dos EUA na Operação Lava Jato, cita Lula na entrevista, são as constantes viagens aos Estados Unidos, entre outros, dos procuradores do Ministério Público que atuam na Lava Jato, a pretexto de obterem informações ou darem palestras.E, como outro "exemplo", citou o caso do juiz Sérgio Moro, de Curitiba, que comanda a Lava Jato e o condenou inicialmente a nove anos e meio, que vai ficar 14 dias nos Estados Unidos para receber um prémio, quando, assegura Lula, o normal é que o agraciado fique no outro país apenas no dia da homenagem ou pouco mais.
"Não me mato nem fujo"
Sobre a possibilidade de ser preso talvez ainda este mês, quando for julgado em definitivo o recurso que apresentou contra a sua condenação, Lula da Silva diz não acreditar nessa possibilidade. Ele declarou na entrevista que acredita que, quando o caso chegar ao Supremo Tribunal Federal, última instância da justiça a que poderá recorrer, os juízes vão perceber que é inocente e vão anular a sentença condenatória.
Para Lula, quem cometeu um crime foram os investigadores da Polícia Federal, que o incriminaram sem terem conseguido sequer uma única prova concreta, bem como os procuradores do Ministério Público, que aceitaram a acusação e se tornaram cúmplices da farsa de teorias absurdas criadas para o incriminar. Para além destes, Lula acusa ainda o juiz Sérgio Moro, que o condenou, e os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, que, em janeiro, confirmaram a sentença e ainda aumentaram a pena. Para Lula, eles é que deveriam estar no banco dos réus pelos crimes que cometeram contra ele e deveriam ser exonerados, a bem do país.
Apesar de todos os obstáculos e da possibilidade de ser preso, Lula da Silva diz estar forte, esperançado e decidido a lutar até ao fim, por todos os meios legais, tanto para provar a sua inocência neste caso e nos outros processos que ainda enfrenta, quanto para impedir que a sua candidatura à presidência seja impugnada, o que, pela Lei da Ficha Limpa, poderá acontecer se o TRF-4 rejeitar o seu atual recurso.E o antigo chefe de Estado fez questão de assegurar que, aconteça o que acontecer, vai enfrentar tudo de peito aberto, não vai matar-se nem vai fugir do país, como alguns meios de comunicação já aventaram, pois, vincou, não tem medo de nada.
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