Ex-presidente brasileiro no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo após ordem de prisão.
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O ex-presidente brasileiro Lula da Silva, condenado em Janeiro a 12 anos e um mês de cadeia por corrupção e que no final da tarde desta quinta-feira recebeu ordem de prisão do juiz Sérgio Moro, passou a noite refugiado numa sala do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, cidade vizinha a São Paulo e onde também reside. Até às 10 e 45 locais desta sexta, 14 e 45 em Lisboa, Lula continuava na sede daquele sindicato rodeado por políticos e líderes de movimentos sociais aliados, enquanto no lado de fora uma crescente multidão de simpatizantes cercava o edifício gritando palavras de ordem contra a prisão.
A essa hora ainda não se sabia se o ex-presidente iria ou não cumprir a ordem de Moro, coordenador da operação anti-corrupção Lava Jato, de se entregar à Polícia Federal até às 17 horas brasileiras, 21 horas pelo horário de Lisboa. A essa hora também, de acordo com a Polícia Federal, os advogados de Lula ainda não tinham entrado em contacto com as autoridades para combinarem a entrega do antigo governante de forma voluntária, sem necessidade do uso da força.
Lula foi informado da ordem de prisão pouco depois das 18 horas de quinta, horário de São Paulo, 22 horas na capital portuguesa, quando se encontrava na sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo. Cerca de 40 minutos depois, ele deixou o instituto num carro preto que seguiu em alta velocidade e fazendo manobras arriscadas para tentar despistar a legião de repórteres que o seguiam de carro e mota tentando registar uma imagem do ex-governante.
Lula entrou rapidamente pela garagem na sede do Sindicato, que liderou durante muito tempo nos anos 70 e 80 e onde se projetou nacionalmente, primeiro como sindicalista e depois como político e fundador do Partido dos Trabalhadores, que o levaria à presidência. Pouco depois e ao longo da noite e madrugada, chegaram ao sindicato líderes do PT, deputados e senadores e representantes de movimentos sociais como os "Sem Terra"" e os "Sem Teto", tanto para se solidarizarem com Lula como para participarem em sucessivas reuniões sobre a delicadeza do momento e os passos a dar da qui para a frente.
De acordo com informações da manhã desta sexta, por volta das 02 e 30 da madrugada, Lula, de 72 anos, evidenciando cansaço e abatimento, pediu para ficar sozinho e, apesar de o seu apartamento se localizar muito perto, ele optou por dormir algumas horas numa sala do próprio sindicato. O ex-presidente acordou pouco depois das sete horas da manhã, tomou pequeno almoço com os filhos, que chegaram pouco antes desse horário, e iniciou uma nova série de reuniões políticas.
Ainda na noite de quinta-feira, pouco depois de ser conhecida a ordem de prisão, os advogados de Lula instauraram no Superior Tribunal de Justiça um novo pedido de habeas corpus que impeça a prisão de Lula, considerada ilegal pelos seus defensores por o ex-presidente ainda ter direito a um último recurso no tribunal que o condenou, e cujo prazo de apresentação só termina no próximo dia 10. Na madrugada de quarta para quinta, após uma sessão de 11 horas e muita tensão, o Supremo Tribunal Federal já tinha recusado, por 6 votos a 5, um outro pedido de Lula para não ser preso agora e poder aguardar em liberdade a tramitação dos recursos a que ainda tem direito.
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