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Lula da Silva tem dia de fúria contra a UE e diz que o Mercosul tem de dar uma resposta contundente aos europeus

Presidente brasileiro voltou a adoptar a postura agressiva do nós contra eles.

04 de julho de 2023 às 21:00

No que parece ter sido um dia de fúria contra a União Europeia, o presidente do Brasil, Luíz Inácio Lula da Silva, usou em duas situações diferentes expressões fortes para se referir à UE e defendeu que o Mercosul, bloco de países da América do Sul cuja presidência rotativa o brasileiro assumiu esta terça-feira, dê uma resposta "contundente" ao que chamou "ameaças" europeias, aludindo a contrapartidas para assinatura de um acordo entre o bloco europeu e o sul-americano. Num discurso inflamado em Puerto Iguazu, na Argentina, onde decorreu a cimeira do bloco sul-americano, formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, Lula afirmou que não aceitará fazer acordos "em que eles (a União Europeia) ganham e nós (o Brasil e o Mercosul) perdemos", voltando a adotar a postura agressiva do nós contra eles.

"O instrumento adicional apresentado pela União Europeia em Março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente."-Disparou Lula da Silva aludindo a propostas europeias de impor sanções comerciais ao Brasil e outros países do Mercosul em caso de descumprimento de acordos ambientais, principalmente relativos à Amazónia.

Lula acrescentou que o Mercosul não tem qualquer interesse em firmar acordos que condenem os países do bloco ao eterno papel de exportadores de matérias primas, minérios e petróleo. Horas antes da cimeira, Lula já tinha sido bastante agressivo no tom e no discurso durante mais um direto nas redes sociais e acusou "os países ricos", sem especificar quais, de não terem moral para exigir nada pois, frisou, nunca cumprem os acordos que firmam.

"Nós queremos discutir o acordo (com a UE), mas nós não queremos imposições para cima de nós. É um acordo de companheiros, de parceiros estratégicos, então nada de um parceiro estratégico colocar a espada na cabeça do outro. Um parceiro não pode ficar a ameaçar, se não fizeres isto vou-te punir, se não fizeres aquilo vou-te punir, até porque os países ricos não cumprem os acordos que fazem."-Já tinha disparado o cada vez mais radical presidente brasileiro. 

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