Eurodeputado avaliou que muitos países da América Latina têm escolhido representantes do campo democrático nas últimas eleições.
Deputados do Parlamento Europeu encontraram-se esta segunda-feira com o ex-presidente brasileiro e candidato Lula da Silva, para "restabelecer um diálogo" entre o Brasil e a Europa, que terá sido interrompido no atual Governo, segundo o eurodeputado português Pedro Marques.
"Estamos a meio da campanha eleitoral e falamos neste caso sobre as condições, naturalmente, das relações do Brasil com a Europa que foram interrompidas nestes quatro anos (...) Foram praticamente interrompidos porque o Presidente [Jair Bolsonaro] as interrompeu", afirmou à agência Lusa Pedro Marques.
O deputado do grupo Socialistas e Democratas (S&D) do Parlamento Europeu falava à Lusa após o encontro "muito importante" com Luiz Inácio Lula da Silva.
"Muitos de nós falámos da renovação do processo democrático, da defesa dos direitos humanos básicos de defesa da Amazónia, da defesa dos direitos das mulheres e, sobretudo, da relação da Europa com a América Latina", acrescentou Pedro Marques.
O eurodeputado avaliou que muitos países da América Latina, assim como esperam ocorrer no Brasil, têm escolhido representantes do campo democrático nas últimas eleições.
"Acreditamos e observamos que o Brasil sofre também uma mudança a favor da democracia e que permita então reconectar a Europa com Brasil, reconectar a Europa com América Latina", defendeu.
Sobre as tensões do processo eleitoral brasileiro, Marques lembrou que o grupo S&D do Parlamento Europeu está no Brasil há quatro dias e, embora não tenham abordado o tema com Lula da Silva, as eleições nacionais marcadas para outubro no país sul-americano foram assunto de outras reuniões com porta-vozes de instituições, cooperativas e entidades da sociedade civil.
"Sabemos que há, de facto, riscos, mas nós acreditamos muito na democracia do Brasil e esperamos que ela seja defendida. Nós acreditamos que não possa ser, aliás, de outra maneira. (...) Na Europa nunca aceitaríamos outra coisa que não uma eleição completamente democrática e livre aqui no Brasil", afirmou Pedro Marques à Lusa.
Na conversa com a delegação de eurodeputados, Lula da Silva que lidera as sondagens com mais de 45% das intenções de voto, seguido do atual Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, com mais de 30%, também falou sobre ambiente, assunto que terá atrasado a ratificação de um acordo de livre comércio firmado em 2019 entre o bloco europeu e o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai).
Lula da Silva destacou que se vencer as eleições, ficará muito claro que "o Brasil precisa da União Europeia, seja por meio de investimentos, alianças ou troca de experiências, e também para construir um mundo livre de emissão de gases de efeito estufa".
"E o Brasil pode ser protagonista e usar a Amazónia para extrair a riqueza da biodiversidade suficiente para sustentar os quase 30 milhões de pessoas que vivem naquela região", disse Lula da Silva, citado pela agência Efe.
Para o candidato e líder progressista brasileiro, é preciso incentivar investigações científicas com o objetivo de "descobrir todas as riquezas que existem na biodiversidade amazónica" e, para isso, "pretende construir alianças com muitos países", inclusive com o bloco europeu.
"Embora o Brasil seja dono do território, a Amazónia é do interesse para a sobrevivência da humanidade e todos têm a responsabilidade de ajudar a cuidar dela", afirmou Lula da Silva, acrescentando posteriormente que "a Europa precisa do Brasil e o Brasil precisa da Europa".
O encontro de Lula com os eurodeputados aconteceu em São Paulo no âmbito de uma viagem ao Brasil, Chile e Argentina de uma delegação do grupo S&D no Parlamento Europeu à América Latina.
A delegação é encabeçada pela líder do S&D, a espanhola Iratxe García, e inclui os eurodeputados do PS português Pedro Marques (vice-presidente do grupo para os Negócios Estrangeiros) e Maria Manuel Leitão Marques (coordenadora do S&D para a Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana, Eurolat).
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