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Lula dá ultimato à UE para assinar acordo comercial com Mercosul no sábado

Assunto ainda está em discussão no Parlamento Europeu e irá depois ao Conselho da União Europeia. França e Itália não querem assinar o acordo.

17 de dezembro de 2025 às 17:55

O presidente do Brasil advertiu esta quarta-feira que, se a União Europeia (UE) adiar o acordo novamente comercial com o Mercosul e este não for assinado sábado, não haverá acordo, pelo menos enquanto ele estiver no cargo.

"Já avisei que, se não for agora, o Brasil não fará mais o acordo [com a União Europeia] enquanto eu for presidente", declarou Luiz Inácio Lula da Silva, ao concluir uma reunião com os membros do seu gabinete, na qual alertou que, se não se assinar agora, será "duro" com o bloco comunitário.

Lula insistiu que a sua expectativa é que o acordo com o bloco europeu seja assinado no próximo sábado, no âmbito da cimeira do Mercosul, que se realizará na cidade de Foz do Iguaçu, no sul do Brasil.

No entanto, "agora a França e a Itália não querem", disse o Presidente brasileiro.

O presidente francês, Emmanuel Macron, "não quer [o acordo] por causa dos seus agricultores" e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, "agora opõe-se, vá-se lá saber porquê", criticou.

Para Lula da Silva, as condições negociadas até agora "são mais favoráveis" para a UE do que para o Mercosul, sobre o qual afirmou que "cedeu em tudo o que era diplomaticamente possível".

Esta terça-feira, o Parlamento Europeu aprovou novas cláusulas de salvaguarda idealizadas para proteger os agricultores comunitários da possível concorrência dos países do Mercosul.

O assunto ainda está em discussão no Parlamento Europeu e irá depois ao Conselho da União Europeia, que tentam fechar uma posição no meio da forte oposição da França e de outros países, aos quais se juntou agora a Itália.

Ao mesmo tempo, o Senado francês aprovou na terça-feira uma resolução na qual insta o Governo a levar o acordo comercial perante o Tribunal de Justiça da UE a fim de o bloquear, o que mantém em dúvida a possível assinatura no próximo sábado.

Precisamente esta quarta-feira - na véspera da cimeira europeia na qual os chefes de Estado e de Governo da UE teriam de dar o seu aval com uma maioria qualificada à assinatura do tratado comercial - Macron assegurou que a França se oporá "muito firmemente" ao pacto se as instituições europeias, a Comissão e o Conselho, tentarem "impô-lo".

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, explicou esta quarta-feira que é prematuro, para o seu país, assinar o acordo comercial, pois acredita ser necessário aguardar pela finalização do pacote de medidas adicionais para proteger o setor agrícola.

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