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Madeira vai integrar 39 crianças refugiadas nas escolas da região

"As famílias não têm de contactar as escolas. Nós, Governo Regional, vamos abrir vagas onde seja necessário" afirma secretária regional da Inclusão Social e Cidadania.

18 de março de 2022 às 14:40

Trinta e nove crianças ucranianas, oriundas de 77 famílias de refugiados, vão ser integradas nas escolas da Madeira, indicou esta sexta-feira o Governo Regional, referindo que o Serviço de Estrangeiros de Fronteiras (SEF) já formalizou 237 pedidos de autorização de residência.

"As famílias não têm de contactar as escolas. Nós, Governo Regional, vamos abrir vagas onde seja necessário", disse a secretária regional da Inclusão Social e Cidadania, Rita Andrade, em conferência de imprensa, no Funchal, na qual fez o balanço da operação "SOS Ucrânia".

A governante alertou, por outro lado, para "suspeitas de burla", indicando haver cidadãos ucranianos que foram contactados por pessoas que se fazem passar por funcionários dos serviços públicos e pedem dinheiro para tratar do processo de regularização.

"Os nossos serviços não têm qualquer encargo financeiro, ninguém tem de pagar nada", advertiu, esclarecendo que as autoridades regionais estão já a desencadear os "devidos procedimentos" face aos "fortes indícios e suspeitas de burla".

Dos 237 cidadãos ucranianos que foram atendidos no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 124 são mulheres, 59 homens e 54 crianças de várias idades, indicou Rita Andrade, referindo que 103 já possuem número de identificação da Segurança Social e 101 pretendem trabalhar no arquipélago.

Há também 72 a frequentar aulas de português, ministradas pela Academia de Formação da Associação de Casas do Povo da Madeira.

A secretária regional indicou que 42 famílias madeirenses manifestaram, de forma voluntária, disponibilidade para acolher refugiados nas suas casas, em vários concelhos da região.

"Quatro famílias, num total de 13 pessoas, serão transferidas hoje para habitações no Funchal, Calheta [zona oeste] e Santa Cruz [zona leste], disse Rita Andrade, adiantando, por outro lado, que 98 empresas regionais disponibilizaram recentemente 125 ofertas de emprego, das quais 52 especificamente para cidadãos ucranianos.

A governante sublinhou que os números referentes aos refugiados de guerra são "dinâmicos", não sendo possível prever quantos mais chegarão à região autónoma, mas garantiu que o executivo está empenhado em ajudar e promover a sua integração na sociedade.

Um dos principais problemas é a habitação, pelo que o Governo Regional já sinalizou vários espaços destinados a "alojamento comunitário", face ao previsível aumento do fluxo de refugiados.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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